Jerusalém, 22 mar (RV) - Organizações e personalidades palestinas cristãs divulgaram
ontem uma carta na qual acusam Israel de impor restrições à liberdade de culto.
“Nós,
cristãos da Terra Santa, denunciamos as políticas discriminatórias de Israel contra
nossa comunidade” - ressalta a carta, parcialmente publicada pela Agência EFE.
Às
vésperas da Semana Santa, os cristãos denunciam que “algumas de nossas tradições foram
ameaçadas, minimizadas e impossibilitadas nos últimos seis anos devido às restrições
impostas pela Polícia de ocupação israelense”.
É o caso da cerimônia do Sábado
Santo, celebrada desde o século XII na sede do Patriarcado Grego-Ortodoxo, em Jerusalém.
Todos os anos, no sábado da Páscoa, realiza-se o “milagre do Fogo Sagrado” no Túmulo
do Santo Sepulcro. O Patriarca de Jerusalém entra e sai da câmara, com uma espécie
de candelabro iluminado pelo Fogo Sagrado e muitas das velas nas mãos dos fiéis acendem-se
misteriosamente.
“Nega-se aos cristãos a livre prática da religião – frisam
– com interdições de ruas na cidade antiga, presença policial com metralhadoras, assim
como tratamento rude e hostil por parte de policiais e do Exército”.
Os autores
da carta, residentes principalmente em Jerusalém e Belém, criticam também o primeiro-ministro
de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente, Shimon Peres, por defender que em Jerusalém,
apenas o Estado judeu pode manter a liberdade de culto para as três principais religiões
monoteístas.
Eles acrescentam também que “a potência ocupante israelense permite
aos judeus o livre acesso a seus templos e chegam ao extremo de impor severas restrições
na vida diária dos palestinos, inclusive toques de recolher e fechamentos forçados”.
Por
isso, as organizações palestinas cristãs em Jerusalém Oriental “iniciaram um processo
legal para preservar o direito de acessar livremente” suas igrejas e lugares sagrados.
“Que Deus termine com o sofrimento do povo palestino e traga justiça a essa
sofrida terra e paz ao mundo todo” - conclui o texto. (CM)