2010-03-20 12:39:23

EDITORIAL PE. CESAR AUGUSTO


Cidade do Vaticano, 20 mar (RV) - Quinta-feira passada o Santo Padre recebeu os industriais e empresários romanos.

O Papa se referiu à globalização e à recente crise financeira e econômica. Considerando a provação que passaram os sistemas econômicos e produtivos de vários países. Bento XVI destacou que o momento foi também de revisão dos modelos de desenvolvimento e de uma nova organização do mundo financeiro, um tempo novo de profunda revisão.

O Papa recordou que, já em sua Encíclica social Caritas in veritate, havia destacado que essa crise veio como conseqüência de um desenvolvimento que privilegiou o que é material e técnico, em relação ao ético e espiritual. Na encíclica ele encorajou aos protagonistas da economia a colocarem a pessoa no centro da economia e da finança. “É na pessoa que Cristo revela sua dignidade mais profunda”- declarou o Pontífice. O Santo Padre propôs que a política não esteja subordinada aos mecanismos financeiros, que a reforma e a criação de disposições jurídicas e políticas internacionais, sejam proporcionais às estruturas globais da economia e das finanças, para conseguir com mais eficácia o bem comum da família humana.

Mais adiante, ainda durante a audiência com os empresários, o Papa disse que “Ninguém ignora quantos sacrifícios são exigidos para se abrir ou manter no mercado a própria empresa, como ‘comunidade de pessoas’ que produz bens e serviços e que, portanto, não possui como único fim o lucro, todavia necessário.” Bento XVI prossegue: “...é importante saber vencer aquela mentalidade individualista e materialista que propõe separar os investimentos da economia real para privilegiar o emprego dos próprios fundos nos mercados financeiros, em vista de rendimentos mais fáceis e mais rápidos.” Em seguida o Papa acrescentou: “Permito-me recordar que ao contrário do que parece, o caminho mais seguro para opor-se ao declínio do sistema empresarial em seu próprio território, consiste em relacionar-se com outras realidades sociais, investir na busca de inovações, não praticar uma concorrência injusta entre empresas, não esquecer os próprios deveres sociais e incentivar uma produção de qualidade que responda às necessidades reais das pessoas.”

Finalmente o Santo Padre conclui: “ O desenvolvimento, em qualquer setor da existência humana, implica abertura ao transcendente, à dimensão espiritual da vida, à fidelidade a Deus, ao amor, à fraternidade, ao acolhimento, à justiça, à paz. Agrada-me sublinhar isso enquanto nos encontramos na Quaresma, tempo propício para a revisão dos posicionamentos mais profundos e para nos interrogar sobre a coerência entre os fins aos quais somos inclinados e os meios que utilizamos.”

Para ouvir o editoral em aúdio, clique aqui: RealAudioMP3 (CAS)







All the contents on this site are copyrighted ©.