2010-03-18 18:18:55

BENTO XVI: TRABALHO DIGNO PARA TODOS SEJA OBJETIVO PRIORITÁRIO


Cidade do Vaticano, 18 mar (RV) - A dignidade da pessoa humana esteja sempre no centro da economia, inclusive em tempos de crise: foi o que Bento XVI reiterou com veemência na manhã desta quinta-feira falando aos membros da União das Indústrias e Empresas de Roma, recebidos na Sala Clementina, no Vaticano.

O Santo Padre fez também uma premente exortação a se fazer de modo que seja garantido um trabalho digno a todos e a se acolher a oportunidade da crise para rever os modelos de desenvolvimento. A saudação ao Papa foi feita pelo Presidente do sodalício empresarial, Aurelio Regina.

As empresas estejam sempre a serviço do homem, inclusive em tempos de crise econômica: de fato, foi a exortação dirigida pelo Pontífice aos industriais e empresários de Roma.

Bento XVI evocou a sua encíclica "Caritas in veritate" para reiterar a necessidade de colocar a pessoa "no centro da economia e das finanças". E frisou que a política não deve ser subordinada aos mecanismos financeiros. Em seguida, dirigiu o seu pensamento à grande emergência do desemprego, especialmente entre os jovens.

O Santo Padre destacou que "o acesso a um trabalho digno para todos deve ser um objetivo prioritário":

"Aquilo que orienta a Igreja no fazer-se promotora de uma análoga meta é o convencimento de que o trabalho é um bem para o homem, para a família e para a sociedade, e é fonte de liberdade e de responsabilidade."

"Para o alcance de tais objetivos – observou – estão obviamente envolvidos, junto a outros sujeitos sociais, os empresários, que devem ser particularmente encorajados em seu empenho a serviço da sociedade e do bem comum."

O Santo Padre reconheceu os muitos sacrifícios que é preciso enfrentar "para abrir ou manter a própria empresa no mercado" e "para não licenciar os seus funcionários".

Bento XVI constatou que as pequenas empresas se deparam com o crédito menos acessível, ao tempo em que a concorrência nos mercados globalizados é muito forte:

"Em tal contexto, é importante saber superar aquela mentalidade individualista e materialista que sugere desviar os investimentos da economia real para privilegiar a utilização do próprio capital em mercados financeiros em vista de rendimentos mais fáceis e mais rápidos."

É preciso um humanismo cristão que reaviva a caridade também nas atividades empresariais, nas escolhas econômicas e financeiras, acrescentou o Papa, indicando alguns meios para contrastar a crise: colocar-se em rede com outras realidades sociais, investir na pesquisa e inovação, não praticar uma injusta concorrência entre empresas e não esquecer os próprios deveres sociais:

"A própria crise financeira mostrou que dentro de um mercado abalado por falências uma após outra, souberam resistir aqueles sujeitos econômicos capazes de ater-se a comportamentos morais e atentos às necessidades do próprio território."

Bento XVI ressaltou que a crise deve ser vivida com confiança "porque pode ser considerada uma oportunidade do ponto de vista da revisão dos modelos de desenvolvimento e de uma nova organização do mundo das finanças. (RL)







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