2010-03-14 15:26:35

ANGELUS: "ATEÍSMO ESCONDE A EXIGÊNCIA DE DESCOBRIR A VERDADEIRA FACE DE DEUS"


Cidade do Vaticano, 14 mar (RV) – O Papa Bento XVI afirmou hoje durante a oração do Angelus dominical que o ateísmo esconde, não poucas vezes, a exigência de descobrir a verdadeira face de Deus. O Santo Padre se referiu durante o Angelus do Quarto Domingo da Quaresma à parábola do “Filho Pródigo”.

“Essa página de São Lucas – disse o Papa - constitui um ápice da espiritualidade e da literatura de todos os tempos. De fato, o que seria da nossa cultura, da arte, e mais em geral da nossa civilização sem essa revelação de um Deus Pai cheio de misericórdia?”

Essa parábola – afirmou o Bento XVI – continua a nos emocionar, e todas as vezes que a ouvimos ou a lemos é capaz de nos sugerir novos significados. Sobretudo, esse texto evangélico tem o poder de nos falar de Deus, de nos fazer conhecer a sua face, melhor ainda, o seu coração.

A parábola do Filho Pródigo – disse ainda o Santo Padre – reflete os dois modos “imaturos” dos dois filhos de se relacionarem com Deus: a rebeldia e a hipocrisia. Ao mesmo tempo o Papa comparou o progresso na relação paterno-filial com o que se produz com Cristo.
“Pode existir uma fase que é como a infância: uma religião movida pela necessidade, pela dependência. À medida que o homem cresce – continuou o Pontífice - e se emancipa, quer libertar-se dessa submissão e ser livre, adulto, capaz de regular-se sozinho e de fazer as suas próprias escolhas de modo autônomo, pensando, inclusive, de prescindir de Deus”.

“Essa fase, certamente é delicada, pode levar ao ateísmo, -disse o Santo Padre -, porém, também isso, não poucas vezes, esconde a exigência de descobrir a verdadeira face de Deus”.

Segundo o Papa, “por sorte” Deus não deixa nunca de ser fiel e está sempre ali, mesmo quando nos distanciamos ou “nos perdemos”, dando-nos sempre seu amor, “perdoando nossos erros e falando interiormente à nossa consciência para nos chamar a Ele”.

O Papa evidenciou ainda que somente experimentando o perdão, “reconhecendo-se amados por um amor gratuito, maior do que a nossa miséria, mas também da nossa justiça, entramos finalmente em um relacionamento verdadeiramente filial e livre com Deus. E concluiu:
 
Queridos amigos, meditemos essa parábola. Vamos nos espelhar nos dois filhos, e sobretudo contemplemos o coração do Pai. Lancemo-nos entre os seus braços e deixemo-nos regenerar pelo seu amor misericordioso. Ajude-nos nesta tarefa a Virgem Maria,, Mater misericordiae.”

Em seguida o Papa rezou a oração mariana do Angelus e concedeu a todos a sua Benção Apostólica. Antes de se despedir dos fiéis na Praça São Pedro neste domingo, Bento XVI saudou os vários grupos de peregrinos presentes em várias línguas, entre as quais o português:
“Saúdo também os peregrinos de língua portuguesa, especialmente o grupo de brasileiros que quis fazer deste encontro com o Sucessor de Pedro na Oração do Angelus uma etapa de sua caminhada quaresmal. Possam a oração, a penitência e a solidariedade ajudar-vos a preparar com mais fervor e fé para as festas que se aproximam. Ide com Deus.” RealAudioMP3

O Papa Bento XVI visita na tarde deste domingo a comunidade da Igreja luterana localizada na Rua Sicília, centro de Roma. O Santo Padre vai ser acolhido pelo Pastor Jens-Martin Kruse, e se encontrará com mais de trezentos membros inseridos em diversas atividades espirituais, formativas e culturais. O Papa viverá com eles uma celebração ecumênica e, em seguida, encontrará os membros do Conselho.
A comunidade luterana de Roma já havia convidado o papa em 2008, nos 25 anos da visita de João Paulo II à “Igreja de Cristo”, (Christuskirche) na Via Sicilia. Naquela ocasião, 11 de dezembro de 1983, celebravam-se 500 anos do nascimento de Martinho Lutero. (SP)







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