Cidade do Vaticano, 13 mar (RV) - Realizou-se esta semana, na Pontifícia Universidade
Lateranense, promovido pela Congregação para o Clero, um Congresso teológico internacional
que teve como tema “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”, com a participação
de mais de 700 pessoas, entre bispos, sacerdotes e leigos. O Congresso se desenrolou
dentro do previsto e foi encerrado com uma audiência com o Santo Padre, no Vaticano. Em
seu discurso Bento XVI discorreu sobre a dimensão profética do sacerdócio e o perigo
de transformar o presbítero em um agente de serviços sociais. O Papa ressaltou a dimensão
do sagrado e o envolvimento total daquele que foi vocacionado. Em tempos difíceis,
quando o celibato continua a ser questionado, agora por causa de mau exemplo de alguns
clérigos, o Papa destacou a dimensão consacratória do mesmo e o seu grande serviço
à Igreja e ao mundo. O celibato é “expressão da doação de si a Deus e aos outros”,
afirmou Bento XVI, Além disso, o Papa enfocou a especificidade do padre em relação
aos outros homens: “Os fiéis leigos encontrarão em tantas outras pessoas aquilo que
humanamente precisam, mas somente no sacerdote poderão encontrar aquela Palavra de
Deus que deve estar sempre em seus lábios.” Neste tempo de Quaresma, ou seja de
conversão, que nosso apoio ao sacerdote se explicite através de nossas orações e de
nossa amizade. Apesar de ser consagrado, apesar de homem de Deus, o sacerdote continua
necessitado de tudo aquilo de que um homem comum necessita, como aconteceu com Jesus
de Nazaré, o Homem. Atenção, compreensão, amizade, tudo isso colabora para que
o padre que vive ao nosso lado e de quem solicitamos serviços pastorais, possa exercer
bem seu ministério e viva a dimensão afetiva. O padre, apesar da grandeza de sua vocação,
não se torna um super homem com a ordenação sacerdotal, mas continua plenamente homem,
com as limitações que a sua natureza comporta. Homem do sagrado, de Deus, mas sempre
homem. Rezemos por ele, também ele precisa de conversão, de ser mais aberto à graça
de Deus, de ser fiel à vocação recebida de Jesus para servir à Igreja e ao mundo,
servir a todos nós nas coisas que são de Deus e que lhe dizem respeito. (CA)