2010-03-10 12:07:34

PAPA: COM A VINDA DE CRISTO, DEUS DISSE A ÚLTIMA PALAVRA. APELOS EM PROL DA TURQUIA E DA NIGÉRIA


Cidade do Vaticano, 10 mar (RV) - Quarta-feira é dia de Audiência Geral. Hoje, se tratou de uma Audiência um pouco diferente, pois começou na Basílica de S. Pedro, com o Papa recebendo um grupo da fundação "Don Carlo Gnocchi", sacerdote do clero de Milão recentemente beatificado.

A seguir, Bento XVI recebeu fiéis e peregrinos na Sala Paulo VI, onde falou novamente sobre S. Boaventura.

Semana passada, o pontífice deu destaque à vida deste Santo da Ordem Franciscana. Esta quarta-feira, realçou a importância de sua obra. São Boaventura defendia que a história não se divide em três fases, cada uma caracterizada por uma pessoa da Trindade. A história é uma, com um perene caminho de progressão. Jesus Cristo é a última palavra de Deus, e não é preciso esperar outro Evangelho ou outra Igreja.

São Boaventura, com a expressão "a obra de Cristo não cessa, mas progride", defende a possibilidade da novidade na Igreja, já que a Palavra de Deus é inesgotável e também as novas gerações podem contribuir com novas luzes. Desta maneira, ele nos ensina a abertura aos novos carismas dados por Cristo à Igreja, assim como a necessidade de discerni-los.

Em seu importante escrito "Viagem da alma a Deus", indica que o conhecimento de Deus é um caminho que tem várias etapas, e que culmina em uma união plena com Ele. Em sua obra "A via tripla" descreve como se articula a vida espiritual até a união com Deus: a via purgativa ou de purificação da alma, a via iluminativa, caracterizada por uma forte vida de oração, e a via unitiva, que leva o homem à experiência íntima de Deus.

Ao concluir sua catequese, Bento XVI saudou os peregrinos em várias línguas, entre elas, o português: "Queridos irmãos e irmãs. Nomeado Ministro-Geral da Ordem Franciscana, São Boaventura viu os seus confrades divididos sobre a interpretação que davam à figura e mensagem do Fundador. E procurou uni-los, situando São Francisco dentro duma justa visão da Teologia da história. Esta é uma só, guiada no caminho do seu progresso pelo mesmo e único Deus. Com a vinda de Cristo, Deus disse a última palavra; mais do que Ele próprio, não pode dizer nem dar. Por isso, não haverá outro Evangelho, nem se deve esperar outra Igreja para além da fundada por Jesus Cristo. Mas Cristo é uma Palavra inexaurível e, sobre ela, as sucessivas gerações humanas vão recebendo novas luzes, como aconteceu com São Francisco, que se uniu de tal modo a Jesus que recebeu os Seus estigmas. E embora não possamos pairar nas mesmas alturas místicas, procuremos aproximar-se o mais possível da plena realização do Sermão da Montanha, que foi a regra vivida e deixada pelo seráfico Fundador. Saúdo os peregrinos vindos do Brasil e demais participantes de língua portuguesa, cujos passos e intenções confio à Virgem Mãe com votos de que esta visita em todos fortaleça e favoreça uma maior renovação do espírito. Com afeto, concedo-vos, a vós e aos vossos familiares, a minha Bênção Apostólica".

No final da Audiência, o pontífice fez dois apelos. O primeiro, às vítimas do terremoto na Turquia: "A cada um, garanto a minha oração, enquanto peço à comunidade internacional que contribua com prontidão e generosidade aos socorros".

No segundo apelo, o Papa se dirige à Nigéria, onde a violência na região central deixou 500 mortos, inclusive crianças: "Mais uma vez, repito que a violência não resolve os conflitos, mas somente aumenta as trágicas conseqüências".

Bento XVI pede às autoridades civis e religiosas para que trabalhem pela segurança e pela pacífica convivência de toda a população. Por fim, expressa solidariedade para com os pastores e fiéis nigerianos e reza para que sejam autênticas testemunhas de reconciliação. (BF)







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