Dois mil cristãos mortos desde início da guerra no Iraque, e mais de 60 mil
estão deslocados dentro do seu próprio país.
(8/3/2010) A agência de notícias para o mundo missionário revelou que mais de dois
mil cristãos foram mortos desde a invasão do Iraque, em 2003, e mais de 60 mil estão
deslocados dentro do seu próprio país. Os números foram recolhidos pela agencia
Fides , através de fontes das Igrejas locais no Iraque e foram divulgadas em antecipação
das eleições legislativas realizadas este Domingo no Iraque . As últimas semanas
registaram um aumento da violência: desde 27 de Fevereiro 870 famílias cristãs, num
total de 4400 pessoas, deixaram Mossul por causa da violência anticristã. Já em Outubro
de 2008 mais de 12 mil cristãos tinham fugido desta cidade iraquiana. O Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Refugiados revela que 40% dos refugiados iraquianos no exterior
(cerca de 1,6 milhões, no total), são cristãos. Em 1987, o número total de cristãos
no Iraque era de 1,4 milhões, segundo a Fides. Hoje são menos de metade, 600 mil,
muitos deles desalojados. Em declarações à agência de notícias, D. Shlemon Warduni,
Vigário do Patriarcado Caldeu de Bagdad, exortou todos os cristãos a “votar e eleger
candidatos que trabalhem para o bem do Iraque, para que no país voltem a reinar os
direitos humanos e a liberdade religiosa”. Nas eleições iraquianas do passado fim
de semana concorreram mais de seis mil candidatos para 325 assentos parlamentares. O
Parlamento reserva cinco cadeiras para os cristãos. “Esperamos que sejam dadas a pessoas
aptas para esta delicada tarefa de representar as comunidades cristãs, para promover
os nossos direitos, governar a nossa nação ferida e dar um contributo na construção
de um novo Iraque”, assinala D. Shlemon Warduni. Este responsável admite que “a
comunidade cristã está um pouco desiludida” e fala em “medo e desconforto”. “Somos
vítimas do fanatismo e da instabilidade geral, que deixa espaço para quem quer usar
a violência para intimidar. As causas podem ser muitas, mas no final, parece que o
objectivo é claro: reduzir cada vez mais a presença cristã no Iraque, marginalizá-la,
privá-la dos direitos”, acusa.