PAPA: "MAIS RESPONSABILIDADE AOS LEIGOS NO 'AGIR' DA IGREJA"
Cidade do Vaticano, 07 mar (RV) - Na manhã deste domingo, Bento XVI fez uma
visita pastoral à Paróquia romana de São João da Cruz – no bairro ‘Castel Giubileo’,
zona norte da capital italiana, e celebrou a santa missa com os fiéis. À sua chegada,
o Papa foi muito aplaudido e recebido pelo Cardeal Agostino Vallini, seu vigário para
a Diocese de Roma.
Antes de entrar na igreja para a celebração da missa, Bento
XVI deteve-se junto aos moradores do bairro que o esperavam. Sorridente e paterno,
cumprimentou os paroquianos, reservando a cada um a sua palavra de saudação. Este
é um bairro relativamente novo, criado há 25 anos, e há 21,a paróquia conta com a
assistência pastoral do atual pároco, Padre Enrico Gemma.
O papa iniciou sua
homilia a partir do convite à conversão e à realização de obras de penitência, tema
da aclamação ao Evangelho deste III Domingo de Quaresma. O pontífice explicou que
cada um de nós é convidado por Deus a dar uma ‘guinada’ na própria existência, a pensar
e viver segundo o Evangelho corrigindo alguma coisa em nosso modo de rezar, de agir
e de trabalhar; em nosso relacionamento com os outros. Jesus é severo conosco porque
se preocupa com o nosso bem, com a nossa felicidade e salvação. O papa recordou que
para atendê-lo, devemos fazer um esforço interior pedindo-lhe que nos faça entender
em que aspectos, de modo particular, devemos nos converter.
A respeito da
penitência, Bento XVI recordou que os fiéis devem “fazer-se missionários na sociedade,
sem aguardar que “outros venham trazer outras mensagens, que não conduzem à vida”.
Bento XVI elogiou o compromisso apostólico da comunidade, especialmente dedicado
à catequese e à liturgia. Grupos de fiéis se reúnem para rezar, formar-se na escola
do Evangelho, participar dos Sacramentos e viver a caridade, dimensão essencial da
vida cristã.
O papa agradeceu também às pessoas que contribuem para a animação
das celebrações litúrgicas; a Caritas paroquial e o grupo de Santo Egídio, que vão
ao encontro das exigências do território, atendendo especialmente aos mais pobres
e carentes. Neste sentido, Bento XVI destacou:
“A Igreja precisa mudar de mentalidade
em relação aos leigos, deixando de considerá-los ‘colaboradores’ do clero e reconhecendo-os
realmente como co-responsáveis do ser e agir da Igreja e favorecendo, por conseguinte,
a promoção de um laicato mais maduro e engajado”.
Bento XVI parabenizou esta
jovem paróquia, que sempre se abriu aos Movimentos e Comunidades eclesiais, vivenciando
novas formas de evangelização, e convidou os fiéis a envolver todas as realidades
presentes num único projeto pastoral.
Ainda em sua homilia, o papa incentivou
os paroquianos a praticarem a pastoral vocacional de modo capilar e orgânico, através
da educação das famílias e dos jovens à oração e a viver a vida como um dom que provém
de Deus.
Concluindo, exortou todos a viver, pessoal e comunitariamente,
em perene conversão, para sermos no mundo constante epifania, testemunhas do Deus
vivo, que por amor, liberta e salva. (CM)