Cidade do Vaticano, 07 mar (RV) - A agência de notícias da Congregação para
a Evangelização dos Povos, Fides, informa que mais de dois mil cristãos foram mortos
desde a invasão do Iraque, em 2003, e mais de 60 mil estão deslocados dentro do seu
próprio país.
Os dados foram fornecidos à Agência por fontes locais da Igreja
no Iraque, e foram publicados ontem, às vésperas das eleições legislativas de hoje,
domingo.
Nas últimas semanas, foi registrado um incremento da violência, e
consequentemente, da fuga de famílias cristãs: desde 27 de fevereiro, 870 famílias
cristãs, num total de 4400 pessoas, deixaram Mossul. Em outubro de 2008, mais de 12
mil cristãos já haviam fugido desta cidade. Segundo o Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados, 40% dos refugiados iraquianos no exterior (cerca de 1,6
milhões) são cristãos.
A Fides também recorda que em 1987, o número total de
cristãos no Iraque era de 1,4 milhões; hoje são menos de metade, 600 mil, muitos dos
quais, desalojados.
Através da Agência, o Vigário do Patriarcado Caldeu de
Bagdá, Dom Shlemon Warduni, clamou os cristãos a “votar e eleger candidatos que trabalhem
para o bem do Iraque, para que voltem a reinar no país os direitos humanos e a liberdade
religiosa”.
Cerca de 20 milhões de iraquianos podem votar nas legislativas
de hoje. No parlamento, de 325 cadeiras, cinco são reservadas aos cristãos. Os candidatos
são mais de seis mil candidatos. Dom Shlemon Warduni admite que a comunidade cristã
está um pouco desiludida e fala em “medo e desconforto”:
“Somos vítimas do
fanatismo e da instabilidade geral, que deixam espaço para quem quer usar a violência
para intimidar. As causas podem ser muitas, mas o objetivo é claro: reduzir cada vez
mais a presença cristã no Iraque, marginalizá-la, privá-la de seus direitos” – opina. (CM)