2010-03-04 11:01:16

ANGOLA: POLÍTICOS E BISPOS ANALISAM FENÔMENO RELIGIOSO E FEITIÇARIA


Luanda, 04 mar (RV) - Deputados da Assembleia Nacional de Angola se reuniram ontem, em Luanda, com líderes religiosos, para analisar o fenômeno religioso e a situação das crianças acusadas de feitiçaria.

Os parlamentares estiveram reunidos com os bispos da Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé (CEAST), representados pelo seu presidente, D. Gabriel MBilingui, pelo bispo de Caxito, D. António Jaka, e pelo bispo do Uige, D. Emílio Sumbele.

Dom Mbilingui afirmou que a Igreja Católica está preocupada com o fenômeno religioso, principalmente com as atividades realizadas em nome da Igreja. "Uma religião que se preze deve estar a serviço do bem comum e da pessoa humana e ajudar a pessoa a viver os valores que uma religião professa" – disse o arcebispo do Lubango, acrescentando que a Igreja Católica sempre esteve ligada à transformação da sociedade através da evangelização e dos projetos sociais.

O prelado sublinhou que durante os últimos seis anos, a Igreja implementou projetos que se resumem em três aspectos: ensinar, santificar e governar.

Por sua vez, o bispo do Caxito disse que a dignidade, os locais de culto e a clarificação da doutrina são pontos importantes a ter em conta na análise do fenômeno religioso. D. António Jaka entende que os líderes religiosos devem ser responsáveis e têm de agir de forma consciente para preservar a coesão e harmonia social e "não serem geradores de conflitos".
"De fato, nós temos constatado a presença massiva de comunidades que se denominam igreja. O termo igreja está a ser usado de tal forma abusiva que faz confusão. Os representantes denominam-se agora bispos, reverendos e outros são pastores de tal maneira que está se criando na sociedade uma certa confusão" – disse.

Sobre a situação das crianças acusadas de feitiçaria, o bispo de Uige referiu que já foi criada na sua diocese uma estrutura para acolher essas crianças e sublinhou que na província existem regiões onde este fenômeno é muito mais relevante. “Regra geral são os municípios e aldeias que fazem fronteira com a República Democrática do Congo”, disse o prelado.

A vice-presidente da sexta Comissão Assembleia Nacional , Eduarda Magalhães, disse que os deputados pretendem dar resposta às preocupações da sociedade relativamente a esses dois fenômenos. Ela esclareceu que a comissão está realizando um amplo trabalho com as Igrejas para, juntos, encontrarem a solução. (BF)







All the contents on this site are copyrighted ©.