2010-03-03 12:17:00

PAPA: IGREJA PRECISA DE TESTEMUNHAS POBRES, CASTAS E OBEDIENTES


Cidade do Vaticano, 03 mar (RV) - O papa concedeu esta manhã audiência geral, como todas as quartas-feiras, na Sala Paulo VI. Na tradicional catequese, o pontífice deteve-se hoje sobre o grande teólogo franciscano São Boaventura.

Aos 8 mil fiéis presentes, Bento XVI afirmou que “a inveja e os ciúmes são formas de fragilidade humana que por vezes minam também as pessoas religiosas”.

Referindo-se a São Boaventura, o pontífice disse que ele ficou “fascinado pelo radicalismo evangélico da regra do Pobrezinho de Assis, mas teve que vivenciar também a amargura causada pelos limites humanos de seus irmãos.

Para o papa, “a Igreja se torna ainda mais bela e luminosa com a fidelidade à vocação de seus filhos e filhas que, além de praticar os preceitos evangélicos, são chamados – por graça de Deus – a observar seus conselhos, testemunhando com um estilo de vida pobre, casto e obediente, que o Evangelho é fonte de alegria e de perfeição”.

Bento XVI recordou a presença de Boaventura naOrdem dos Frades Menores, da qual foi Ministro Geral por 17 anos, desempenhando a função com “sabedoria e dedicação; visitando as províncias, escrevendo aos irmãos e intervindo por vezes com severidade para eliminar os abusos”.

Este é o texto integral da catequese proferida pelo pontífice em português. Para ouvi-la, clique aqui RealAudioMP3

«Na terra, podemos contemplar a imensidão divina através da razão e do assombro; já na pátria celeste –onde seremos semelhantes a Deus - por meio da visão e do êxtase, entraremos na alegria de Deus»: são palavras de São Boaventura, importante personagem franciscano do século XIII [treze], que foi objeto das minhas pesquisas de jovem estudante. Curado na juventude de uma grave doença, pela intercessão de São Francisco de Assis, Boaventura decide fazer-se franciscano. Depois de um breve período como professor, foi eleito Ministro Geral dos Frades Menores, procurando garantir a fidelidade da Ordem ao carisma do Santo Fundador através de visitas às províncias e com escritos. Ensinava: “A Igreja se faz mais luminosa e bela com a fidelidade à vocação daqueles seus filhos e filhas que testemunham, com o seu estilo de vida pobre, casto e obediente, que o Evangelho é fonte de alegria e perfeição”. Nomeado Cardeal, recebe a missão de preparar o II Concílio Ecumênico de Lion, morrendo durante a sua realização.

Acolho cordialmente todos os peregrinos de língua portuguesa que vieram à Roma encontrar o Sucessor de Pedro: que a perseverança na prática das boas obras possa vos conduzir sempre mais à união com Jesus Cristo. Desça a Sua Bênção sobre cada um de vós e vossas famílias".

Aos poloneses presentes no encontro, Bento XVI recordou o músico Fryderyk Chopin: “Nestes dias – disse – celebra-se o bicentenário de seu nascimento, e o ‘Ano de Chopin’. Que a música deste famoso compositor polonês, que tanto contribuiu para a cultura da Europa e do mundo, aproxime a Deus aqueles que a escutam e ajude a descobrir a profundidade do espírito do homem”.

Em italiano, o papa acrescentou que pensando neste autor, que lhe é muito querido, sente certas saudades de seus tempos de jovem estudioso, quando conduziu muitas pesquisas sobre ele. “Seu conhecimento incidiu bastante em minha formação” – admitiu Bento XVI, definindo seu ensinamento “muito atual”.

Em suas saudações finais, o papa dirigiu-se aos participantes do Encontro da Pastoral dos Nômades, em andamento em Roma, e pediu um empenho mais eficaz em favor dos ciganos. “Exorto as Igrejas locais a trabalhar juntas por um compromisso mais eficaz em favor deles” – disse.

Fiéis, peregrinos, ouvintes e telespectadores receberam juntos a benção apostólica, concedida pelo pontífice.

O seminarista Charles Lamartine, da diocese de Mossoró, RN, estava presente na Sala Paulo VI, e comenta sua emoção ao ouvir a catequese do Papa. Ouça: RealAudioMP3
(CM)







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