A Igreja ao lado dos ciganos contra racismo e descriminações
(1/3/2010) Milhões de ciganos na Europa vivem em situação de extrema pobreza. A denúncia
parte de D. Agostino Marchetto, secretário do Conselho Pontifício da Pastoral para
os Migrantes e os Itinerantes, na véspera do encontro dos directores nacionais da
Pastoral dos ciganos na Europa, que se realiza a partir desta Terça-feira, dia 2,
até ao dia 4 de Março. Em entrevista à rádio Vaticano, o secretário deste organismo
da Santa Sé, indica que a situação de pobreza é agravada pelo clima de tensão e de
hostilidade que existe contra esta população. “A Igreja tem a obrigação de trabalhar
pela defesa da dignidade deles e dos seus direitos, recordando-lhes, ao mesmo tempo,
os seus deveres civis”, refere. A discriminação que a população cigana sofre por
parte da sociedade civil conduz a uma “exclusão das comunidades paroquiais”. D. Agostino
Marchetto afirma ser precisa uma “pastoral específica” para esta população. Assinala,
no entanto, que “infelizmente, nem todos os bispos e párocos percebem essa urgência”. O
encontro que congrega responsáveis nacionais da Europa tem como tema «Solicitude da
Igreja para com os ciganos: situação e perspectivas» e deverá fazer eco do trabalho
realizado pela Igreja junto desta população. Segundo o secretário deste Conselho
Pontifício, a Igreja “está presente entre os ciganos com uma pastoral específica,
que leva em consideração as suas peculiaridades culturais e respeita a sua identidade
e diversidade”, tal como pede o Concílio Ecuménico Vaticano II. Em França, existem
mais de 100 agentes da pastoral, “entre os quais dois sacerdotes, diáconos permanentes,
acólitos e leitores de etnia Manouche”, indicou D. Marchetto. “Muitos deles partilham
o modo de viver dos ciganos, vivendo nos acampamentos, em caravanas, criando as chamadas
«comunidades-pontes», participando nos sofrimentos e preocupações diárias dos ciganos
e desenvolvendo laços de solidariedade e comunhão fraterna”.