2010-02-28 11:53:00

Igreja empenhada na transformação social. Com os excluídos não importa jogar, mas intervir, alerta D. Carlos Azevedo na Nota Pastoral para a Semana Caritas de 1 a 7 de Março


(28/2/2010) A Igreja Católica em Portugal prepara-se para celebrar, no terceiro Domingo da Quaresma, o Dia Nacional da Cáritas, precedido durante a semana que o antecede por um conjunto de actividades diversas em todas as Dioceses. A iniciativa tem como tema geral “Erradicar a Pobreza. Radicar a Justiça”.
D. Carlos Azevedo, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, destaca a importância de um esforço conjunto para a erradicação da pobreza e perspectivando as implicações que a visita de Bento XVI poderá trazer para esta área. Cada um deve também reequacionar o seu posicionamento face ao mundo do trabalho, adverte, frisando também que “o combate contra a pobreza e a exclusão social depende muito de comportamentos pessoais, na relação com o outro, mas também de empresas para que assumam com mais atenção a sua responsabilidade social”.
Quanto às políticas públicas, o Bispo auxiliar de Lisboa assinala que “por um lado é necessário providenciar o socorro imediato para quem precisa, mas é preciso também dar condições para que essas pessoas saiam da pobreza, porque é possível erradicar a pobreza”.
-Na Nota Pastoral para a Semana Caritas (1 a 7 de Março), o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo sublinha que a complexidade dos problemas, dada a sua articulação económica, política, cultural e socio-pedagógica, “torna a exclusão um monstro, que alguns pensariam descartável”. Ou seja: “a dificuldade em enfrentar e curar o mal pode excluir a questão para os discursos da retórica, a que o ano europeu obriga”. “Com os excluídos não importa jogar, mas intervir”.


A existência de excluídos “denuncia as feridas do corpo social a que pertencemos. Nós estamos doentes com eles e necessitamos de uma operação. E a intervenção é prolongada” – lê-se na Nota Pastoral para a Semana Cáritas. E acrescenta: “seria desperdício escandaloso gastar vida e recursos em tarefas superficiais e secundárias, quando há ocasião oportuna para acção urgente e eficaz”.


O grande exercício de transformação das situações, “através da promoção de valores e de atitudes, do desenvolvimento do sentido crítico, da participação activa, é próprio de quem acredita no futuro” – realça o documento do presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social.


Depois de pedir: “Temos de chegar ao que a Caritas Europa chamou Pobreza zero”, D. Carlos Azevedo aconselha a “um conhecimento crítico e transparente da realidade, muito ocultada por mecanismos de interesses cruzados”, visto que “ir às raízes das injustiças e destruir-lhes a fatalidade é trabalho de caridade e dever de cada ser humano diante de si próprio”. E conclui: “Há soluções para a pecaminosidade que a situação evidencia”.








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