Cidade do Vaticano, 28 fev (RV) - À violência contra os cristãos, o diretor
da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, dedicou seu editorial para
Octava Dies, o semanal informativo do Centro Televisivo Vaticano.
Referindo-se
aos recentes assassinatos de cristãos em Mosul, no Iraque, Pe. Lombardi relata que,
algum tempo atrás, recebeu em mãos panfletos de ameaças sistematicamente distribuídos
nas casas dos cristãos, convidando-os a deixar a cidade.
"Os recentes homicídios
confirmam essa estratégia sistemática, contra a qual as autoridades locais não parecem
capazes de responder eficazmente. Como as comunidades cristãs poderão sobreviver nessas
condições?" – questiona o sacerdote jesuíta, acrescentando que se trata de comunidades
autóctones, perfeitamente inseridas na cultura e história locais, onde constituem
uma componente vital. "Não é ódio contra o Ocidente ou o estrangeiro, mas contra a
comunidade cristã" – explica.
Pe. Lombardi cita o Iraque como o caso mais atual,
mas em algumas regiões da Índia as violências anticristãs continuam, como no Paquistão
e em outros países da Ásia e da África. "O fundamentalismo religioso gera ódio e violência,
e as minorias religiosas – e o Cristianismo é minoria em muitas partes do mundo –
pagam as consequências."
O sacerdote não poupa críticas também ao Ocidente,
onde muitas forças estão em ato para contestar ou demolir a presença cristã e sua
influência nas regiões onde é, ou era, majoritária. Neste panorama atual, pergunta
Pe. Lombardi, como o mundo ocidental poderia defender as minorias cristãs?
"Os
cristãos – tendo presente o destino de seu Mestre – não podem se maravilhar de serem
perseguidos, mas a justiça e o direito deveriam prevalecer em todos os lugares, inclusive
para eles" – conclui.
Enquanto isso, representantes da Igreja Católica e
de outras instituições religiosas do Oriente Médio farão uma manifestação a favor
dos cristãos do Iraque neste domingo, na Praça São Pedro, no Vaticano.
A ação
foi anunciada pela associação italiana "Salva I Monasteri". Os participantes se reunirão
às 11h30 locais, para a oração do Angelus, presidida pelo Papa Bento XVI. (BF)