DOM MARCHETTO: IGREJA AO LADO DOS CIGANOS CONTRA RACISMO E DISCRIMINAÇÕES
Cidade do Vaticano, 27 fev (RV) - "Solicitude da Igreja para com os ciganos:
situação e perspectivas": esse é o tema do Encontro dos diretores nacionais da Pastoral
dos ciganos na Europa, que se realizará de terça a quinta-feira da próxima semana
– portanto, de 2 a 4 de março – na sede do Pontifício Conselho da Pastoral para os
Migrantes e os Itinerantes. Para uma reflexão sobre os objetivos desse encontro, a
Rádio Vaticano entrevistou o secretário do referido organismo vaticano, Dom Agostino
Marchetto. Eis o que disse:
Dom Agostino Marchetto:- "Gostaria de ressaltar
a situação de extrema pobreza em que se encontram milhões de ciganos na Europa, que
é agravada também pelo clima de tensão e de hostilidade que existe contra eles. Pois
bem, a Igreja tem a obrigação de atuar em defesa da dignidade deles e de seus direitos,
recordando-lhes, ao mesmo tempo, os seus deveres civis."
P. O tema do encontro
é "Solicitude da Igreja para com os ciganos: situação e perspectivas". De que modo
a Igreja mostra atenção particular por eles?
Dom Agostino Marchetto:-
"A Igreja se faz presente entre os ciganos com uma pastoral específica, que leva em
consideração as suas peculiaridades culturais e respeita a sua identidade e diversidade,
como pede o Concílio Ecumênico Vaticano II. Na França, por exemplo, existem mais de
cem agentes, entre os quais dois sacerdotes, diáconos permanentes, acólitos e leitores
de etnia Manouche. Muitos deles partilham o modo de viver dos ciganos, aceitando morar
nos acampamentos, em trailer, criando as chamadas "comunidades-pontes", fazendo-se
assim partícipes dos sofrimentos e preocupações diárias dos ciganos, criando laços
de solidariedade e comunhão fraterna."
P. O programa do encontro prevê um
debate sobre as "propostas para incrementar diálogo e colaboração intra e extra eclesiais".
Por que se dá tanta importância a esse aspecto?
Dom Agostino Marchetto:-
"Os ciganos em sua maioria são marginalizados pela sociedade civil e, consequentemente,
são também excluídos facilmente das comunidades paroquiais do lugar em que se encontram.
Portanto, é preciso uma pastoral específica. Infelizmente, nem todos os bispos e párocos
percebem essa urgência." (RL)