ALEMANHA: EPISCOPADO NOMEIA COORDENADOR PARA INVESTIGAR CASOS DE ABUSOS CONTRA MENORES

Berlim, 27 fev (RV) - Para esclarecer os casos de abusos contra menores ocorridos na Alemanha, nas décadas de '70 e '80, e que teriam como autores membros do clero, professores e leigos de diversos colégios, instituições e paróquias do país, a Conferência Episcopal Alemã nomeou como responsável central das investigações, o Bispo de Treviri, Dom Stephan Ackermann.

O anúncio foi dado nos dias passados, ao término da assembléia plenária do Episcopado, pelo presidente da Conferência Episcopal, Dom Robert Zollitsch.

"Nós, bispos alemães, assumimos a nossa responsabilidade e condenamos os delitos perpetrados por religiosos, sacerdotes e colaboradores leigos nas nossas dioceses – escrevem os bispos no comunicado final da plenária – mortificados e chocados, pedimos a todas as vítimas desses horríveis gestos, que nos perdoem e nos desculpem."

Para colaborar com as investigações judiciais, a Secretaria da Conferência Episcopal abriu um escritório de coordenação em Bonn, e proximamente será ativada uma linha telefônica especial, que poderá ser usada pelas vítimas, para denunciar os abusos sofridos.

Em agosto, serão revistas e atualizadas as normas eclesiásticas de 2002, relativas às investigações nos casos de abusos sexuais contra menores, por parte de religiosos e membros do clero.

"Queremos que tudo seja esclarecido de modo leal e sem falsas reservas – disse Dom Zollitsch – porque as vítimas têm direito a isso." Para uma prevenção completa – auspiciou ainda o prelado – é necessária "uma cultura da atenção" por parte dos responsáveis pelas escolas e pela pastoral das crianças, além de uma cuidadosa formação dos futuros sacerdotes.

Na Bavária – região sul da Alemanha – o abade Barnabas Boegle, da escola beneditina da localidade de Ettal, assumiu a responsabilidade por ter transgredido as regras da Igreja Católica sobre a obrigação de assinalar os casos de abusos contra menores, e renunciou a seu cargo. Até agora, os casos de abusos denunciados somam 120. (AF)