QUARESMA: PENÚLTIMO DIA DE EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS PARA O PAPA E A CÚRIA ROMANA
Cidade do Vaticano, 26 fev (RV) - Os exercícios espirituais propostos ao Papa
e à Cúria Romana pelo pregador, Pe. Enrico Dal Covolo, chegam nesta sexta-feira a
seu penúltimo dia.
Os temas das meditações feitas pelo teólogo salesiano são
o "Magnificat de Maria" e "A narração da Anunciação". Aproveitando a ocasião,
repropomos algumas reflexões de Bento XVI sobre o profundo significado do Magnificat:
O
Magnificat de Maria – ressalta o Santo Padre – ensina-nos que Deus "se coloca
da parte dos últimos". Dois mil anos atrás, como hoje, o mundo parece dizer que "os
soberbos, os poderosos e os ricos" triunfam sobre os pequenos. Mas – observa o Papa
– o projeto de Deus inverte as referências sobre as quais o mundo prefere edificar
o seu futuro.
"O humilde é percebido como um renunciatário, um derrotado, alguém
que não tem nada a dizer ao mundo. Ao invés, esse é o caminho superior, e não somente
porque a humildade é uma grande virtude humana, mas porque, em primeiro lugar, representa
o modo de agir do próprio Deus." (Missa da Ágora de Loreto, 2 de setembro de 2007)
"A
sua força anônima – assegura-nos o Papa – é destinada no fim a se revelar para mostrar
quem são os verdadeiros eleitos de Deus":
"Aqueles que o temem, fiéis à sua
palavra; os últimos, os famintos, Israel seu servo, ou seja, a comunidade do povo
de Deus que, como Maria, é constituída por aqueles que são pobres, puros e simples
de coração." (Audiência geral, 15 de fevereiro de 2006)
Maria canta
a sua humildade e com ela a grandeza de Deus. As palavras da prima Isabel, "Bendita
sois vós entre as mulheres, bendito é o fruto do vosso ventre", acendem em seu espírito
um cântico de louvor ao Senhor que olhou para a humildade de sua serva:
""A
minha alma engrandece o Senhor." Maria reconhece a grandeza de Deus. Esse é o primeiro
indispensável sentimento da fé; o sentimento que dá segurança à criatura humana e
liberta do medo, mesmo em meio às tempestades da história." (Celebração pelo fim
do mês mariano, 31 de maio de 2008)
O cântico de Louvor do Magnificat
– diz o Pontífice em sua reflexão – é "uma autêntica e profunda leitura teológica
da história". Uma leitura – reitera – "que nós devemos continuamente aprender" de
Maria, cuja fé "não tem sombras nem fissuras". Maria, com a sua humildade, indica-nos
a relação inseparável entre a grandeza do Criador e a da sua criatura:
"Onde
Deus desaparece o homem não se torna maior; pelo contrário, perde a dignidade divina,
perde o esplendor de Deus em sua face (...) Somente se Deus é grande também o homem
é grande. Com Maria devemos começar a entender que é assim mesmo. Não devemos distanciar-nos
de Deus, mas torná-lo presente. (Missa da Assunção, 15 de agosto de 2005) (RL)