BISPOS CUBANOS DEFINEM MORTE DE PRESO POLÍTICO COMO "TRAGÉDIA"
Havana, 26 fev (RV) - Os bispos cubanos se pronunciaram a respeito da morte
do preso político Orlando Zapata Tamayo, que faleceu na terça-feira depois de 83 dias
de greve de fome.
Por meio de uma nota divulgada ontem, a Conferência Episcopal
afirma que tentou por várias vezes visitar Orlando Zapata Tamayo, mas não foi atendida.
Os bispos declaram que ficaram sabendo da morte do dissidente pela imprensa internacional,
e reiteraram que a Igreja não concorda com greves de fome, pois são "métodos de reclamação
que colocam a vida em perigo, o que é uma forma de violência que a pessoa exerce sobre
si mesma".
Para os prelados, uma morte "nestas condições é uma tragédia para
todos, porque se trata da vida de uma pessoa, que é sempre o bem maior a ser protegido
e conservado por todos". Eles pedem às autoridades que tomem medidas necessárias "para
que situações como essas não se repitam" e criem "condições de diálogo e entendimento
idôneo para evitar que se chegue a situações tão dolorosas que não beneficiam ninguém
e fazem muitos sofrer".
A Conferência Episcopal manifesta pesar à mãe e aos
demais familiares de Zapata, sepultado nesta quinta em Banes. (BF)