2010-02-25 12:56:50

IRAQUE: NUNCIATURA LAMENTA INSEGURANÇA


Mosul, 25 fev (RV) - A nunciatura apostólica no Iraque emitiu um comunicado deplorando as violências dirigidas contra a comunidade cristã em Mosul.

“A longa lista de crimes parece não ter fim no Iraque. Esta carnificina é horripilante. Os cristãos já foram muitas vezes alvo de violência: seqüestros, assassinatos, agressões a igrejas e conventos. As comunidades cristãs de Mosul – reconhecidamente pacíficas - já pagaram um preço alto; a impressão é de que estejam expiando por causa de sua fé religiosa ou pertença étnica”

O texto relata que os cristãos vivem terrorizados em seu próprio território, onde estão presentes há 2 mil anos. Alguém está pisando em seu incontestável direito de cidadania, pressionando com a força para que abandonem suas casas e fujam. “Como os bispos de Mosul declararam recentemente, os cristãos se sentem indesejados em sua própria pátria, no lugar onde nasceram”.

O comunicado ressalva, porém, que “apesar desta prova, os cristãos continuam a resistir à tentação de deixar o país, e corajosos, querem contribuir para o bem comum e a reconstrução de sua nação. Mas para fazê-lo, precisam de ajuda urgente; e especialmente, que a opinião pública mundial não desvie a atenção destas violências e discriminações”.

“Os cristãos depositam confiança na solidariedade da comunidade internacional, sempre atenta à sorte das minorias, e espera que se faça voz daqueles que não a têm”.

“Por outro lado, espera-se que as autoridades locais façam de tudo para garantir aos indefesos toda a proteção de que têm direito, visto que são iraquianos que nunca traíram sua cidadania. Os cristãos pedem para viver sua vida com tranqüilidade e professar sua fé na segurança, condição básica de toda sociedade civilizada”.

Entretanto, ontem de manhã realizaram-se os funerais dos três cristãos assassinados a sangue frio em sua própria casa, em Mosul. As exéquias foram celebradas na igreja sírio-católica de Mar Benham e Sara, em Karakosh, e tiveram a presença de bispos, sacerdotes e muitos fiéis.

A celebração foi presidida pelo Bispo sírio-católico de Mosul, Dom Georges Casmoussa, que declarou que “pela primeira vez, os assassinos entraram na casa de cristãos para matá-los. Este é um precedente muito perigoso para a comunidade. Um ato de covardia, que representa o fracasso de todas as medidas prometidas para garantir a nossa segurança”. (CM)







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