2010-02-25 18:10:52

A “VIA-SACRA” DOS CRISTÃOS DO IRAQUE


Cidade do Vaticano, 25 fev (RV) – Dia após dia parece sempre mais se concretizar a idéia de um "Iraque sem cristãos", numa terra onde o Cristianismo está presente desde suas origens. Centenas de fiéis cristãos estão abandonando a localidade de Mosul, diante da crueldade dos atentados que assolam a região.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o núncio apostólico no Iraque, Dom Francis Assisi Chullikat, explica a situação dos cristãos no país:

R. – Os cristãos estão aqui há 2000 anos e partilham em tudo, com o resto da população, a história iraquiana. Assim, toda tentativa de diminuir a presença cristã ou, até mesmo, destruí-la no Iraque significa um ataque à própria história da nação iraquiana. Os cristãos, na realidade, são parte integrante dessa nação e desejariam participar na construção desta, especialmente nesta fase de reconstrução do país. A contribuição dos cristãos, de todas as Igrejas cristãs que estão presentes no Iraque é importante para o futuro do país.

P – Apesar das violências, os cristãos iraquianos continuam a ser promotores de reconciliação...

R. – Os cristãos são, na realidade, os promotores da reconciliação e da paz no Iraque. Todas as Igrejas iraquianas estão envolvidas no diálogo inter-religioso, estão sempre em contato com a comunidade muçulmana local. Há pouco recebi uma delegação composta por sunitas e xiitas que vieram expressar solidariedade por esses tempos difíceis para os cristãos, especialmente em Mosul. O papel importante desenvolvido pelos cristãos é apreciado inclusive pelo governo. Infelizmente, nestes momentos difíceis, parece que as autoridades locais não têm conseguido controlar a violência. Mas isto não quer dizer que os cristãos não continuarão seus esforços para a promoção da reconciliação na população iraquiana, até mesmo porque isto faz parte da própria vocação da Igreja no Iraque.

P. – O Papa pediu inúmeras vezes, também recentemente, às autoridades iraquianas e internacionais que façam o possível para garantir a segurança dos cristãos do Iraque. Neste momento, qual apelo faz-se necessário diante dos recentes atentados?

R. – A comunidade internacional faria um grande bem interessando-se pelo destino das minorias no Iraque, especialmente no que diz respeito à situação dos cristãos, mais expostos às violências neste período, particularmente em Mosul. A proteção das minorias é importante porque se trata dos "sem-voz" da sociedade, e, portanto, somente através das instâncias internacionais, estes podem fazer-se ouvir. Para os cristãos é importante que seus direitos sejam resguardados e tutelados dentro do país, em vista também do futuro desta comunidade. (RD)







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