2010-02-24 10:15:57

ISRAEL INCLUI SANTUÁRIOS EM LISTA DE SEUS PATRIMÔNIOS


Nova York, 24 fev (RV) - O coordenador especial das Nações Unidas para o processo de paz no Oriente Médio, Robert Serry, declarou-se preocupado com a recente decisão do Governo de Israel de incluir na lista de patrimônios nacionais dois santuários religiosos situados na Cisjordânia, elevando a tensão na região.

Entre os locais está o chamado “Túmulo dos Patriarcas”, em Hebron, onde, segundo a tradição judaica, estão enterrados três das principais figuras bíblicas: Abrãao, Isaac e Jacó.
O local também é venerado pelos muçulmanos, que consideram Abrãao - ou Ibrahim, em árabe - como patriarca.

O segundo santuário situa-se em Belém e é o “Túmulo de Raquel”, uma das esposas de Jacó.
A inclusão foi mal recebida pelos palestinos, para quem Israel não tem o direito de declarar como patrimônio nacional locais situados no território ocupado há 43 anos, onde anseiam criar um Estado nacional independente.

Segundo informa a Rádio ONU, nas últimas 48 horas, centenas de manifestantes palestinos protestaram contra a decisão, entrando em confronto com soldados israelenses e policiais palestinos.

De acordo Robert Serry, a decisão de Israel pode prejudicar o restabelecimento do processo de paz entre israelenses e palestinos, congelado há mais de um ano. Ele assinalou que os santuários em questão são sagrados não apenas para o Judaísmo, mas também para o Islamismo e para o Cristianismo.

Em comunicado oficial, o coordenador especial da ONU pediu a Israel que não tome medidas que possam “minar a confiança” dos palestinos, levando em conta que a retomada das negociações “deve ser a mais alta prioridade em comum para todos que buscam a paz”.

Ele ainda disse que gostaria de ver "mais passos positivos de Israel para permitir o desenvolvimento palestino e a construção de instituições por toda a Cisjordânia, refletindo um verdadeiro compromisso com a solução de dois Estados".

Protestos também da Síria, que chamou ontem de “violação flagrante” a decisão de Israel de declarar como patrimônio nacional israelense dois locais sagrados para o Judaísmo e o Islã situados no território palestino ocupado da Cisjordânia.

Segundo um comunicado do Ministério do Interior sírio, a medida israelense de “incluir a mesquita de Ibrahim (Abraão) em Hebron e os arredores da mesquita de Bilal em Belém como parte do chamado patrimônio de Israel é uma violação flagrante da lei internacional e da prossecução da política de judaização”. (CM)







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