2010-02-20 16:09:08

Organizações católicas lembram situações de «escravatura laboral» que atingem emigrantes: Mensagem de Quaresma deixa apelo contra o racismo e a xenofobia


(20/2/2010) O Fórum das Organizações Católicas para a Imigração (FORCIM) alertou para as dificuldades por que passam os portugueses que tiveram de emigrar, “tantas vezes feitos vítimas de exploração e de escravatura laboral”, condenando ainda a persistência de “muitas situações de injustiça, exclusão, marginalização, racismo e xenofobia” contra os imigrantes no nosso país.
Na sua mensagem de Quaresma o Fórum salienta que a subida do desemprego em Portugal fez baixar os números da imigração. Por outro lado, pelo mesmo motivo, muitos portugueses viram-se “forçados a abandonar a pátria, sonhando com países como a Inglaterra, a Suíça, o Luxemburgo, a França, Angola”.
Segundo as mais recentes estimativas, saem anualmente de Portugal entre 90 a 100 mil portugueses. Esta vaga de emigração, protagonizada por jovens com formação académica, técnica e profissional, é diversa da que ocorreu no passado. O diagnóstico foi traçado durante o encontro anual dos Coordenadores da Pastoral das Comunidades de Língua Portuguesa da Europa, que se realizou em Londres neste mês de Fevereiro.
A mensagem do Fórum das Organizações Católicas para a Imigração convida a olhar para “as vítimas da injustiça e da exploração”, observando que “cada vez mais a situação de crise global leva multidões a decidirem ou a verem-se forçadas a sair da sua terra de origem buscando outras paragens onde possam construir um projecto de vida com dignidade, segurança e estabilidade”.
“Quaresma é tempo de orientar a atenção para os mais pobres e marginalizados, para aqueles a quem a sorte parece não sorrir, para aqueles que vivem despojados da dignidade humana e de filhos de Deus, sabendo que entre eles estão muitos migrantes, sem a alegria de viver e despidos de auto-estima”, indica o documento.
Neste sentido, em relação aos imigrantes, condena-se “a exploração laboral, o trabalho mal pago e quase escravo, a precariedade, a exploração sexual em ligação com o tráfico de seres humanos, a não efectivação de direitos consagrados na lei por parte de instituições civis e do próprio Estado português








All the contents on this site are copyrighted ©.