Mensagem do Papa para o Dia de Oração pelas Vocações centrada no testemunho sacerdotal
(16/2/2010) “O testemunho suscita vocações” foi o tema escolhido pelo Santo Padre,
neste Ano Sacerdotal, para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado
a 25 de Abril, IV domingo de Páscoa. E isso porque, como escreve o Papa, “a fecundidade
da proposta vocacional, se depende primariamente da acção gratuita de Deus, é também
favorecida pela qualidade e riqueza do testemunho pessoal e comunitário de todos aqueles
que já responderam ao chamamento do Senhor no ministério sacerdotal e na vida consagrada”.
“A
iniciativa livre e gratuita de Deus cruza-se com a responsabilidade humana daqueles
que acolhem o seu convite... Deus serve-se do testemunho de sacerdotes fiéis à sua
missão, para suscitar novas vocações sacerdotais e religiosas para o serviço do seu
Povo”. “Poder-se-ia afirmar que as vocações sacerdotais nascem do contacto com os
sacerdotes, como se fossem uma espécie de património precioso comunicado com a palavra,
o exemplo e a existência inteira. O mesmo se diga da vida consagrada”
Foram
três os aspectos da vida do presbítero - “essenciais para um testemunho sacerdotal
eficaz” – postos em destaque pelo Papa na sua Mensagem para o Dia Mundial de Oração
pelas Vocações.
Antes de mais, a amizade com Cristo. “Jesus – lê-se na Mensagem
- vivia em constante união com o Pai, e isto suscitava nos discípulos o desejo de
viverem a mesma experiência, aprendendo d’Ele a comunhão e o diálogo incessante com
Deus. Se o sacerdote é o «homem de Deus», que pertence a Deus e ajuda a conhecê-Lo
e a amá-Lo, não pode deixar de cultivar uma profunda intimidade com Ele e permanecer
no seu amor, reservando tempo para a escuta da sua Palavra. A oração é o primeiro
testemunho que suscita vocações”.
Outro aspecto da consagração sacerdotal
e da vida religiosa é o dom total de si mesmo a Deus. “No seguimento de Jesus – observa
o Papa, cada pessoa chamada a uma vida de especial consagração deve esforçar-se por
testemunhar o dom total de si mesma a Deus. Daqui brota a capacidade para se dar depois
àqueles que a Providência lhe confia no ministério pastoral, com dedicação plena,
contínua e fiel… A história de cada vocação cruza-se quase sempre com o testemunho
de um sacerdote que vive jubilosamente a doação de si mesmo aos irmãos por amor do
Reino dos Céus.”
Finalmente, um terceiro aspecto que – recorda o Papa - não
pode deixar de caracterizar o sacerdote e a pessoa consagrada é viver a comunhão:
“o sacerdote deve ser um homem de comunhão, aberto a todos, capaz de fazer caminhar
unido todo o rebanho que a bondade do Senhor lhe confiou, ajudando a superar divisões,
sanar lacerações, aplanar contrastes e incompreensões, perdoar as ofensas”.
“Fiel
à sua vocação (escreve o Papa, a concluir a sua Mensagem), cada presbítero, cada consagrado
e consagrada, transmite a alegria de servir Cristo, convidando os cristãos a responderem
à vocação universal à santidade. Para se promoverem as vocações…, para se tornar mais
forte e incisivo o anúncio vocacional, é indispensável o exemplo daqueles que já disseram
o próprio «sim» a Deus e ao projecto de vida que Ele tem para cada um. Será o testemunho
pessoal, feito de opções existenciais e concretas, a encorajar os jovens a tomarem
decisões empenhativas que envolvem o próprio futuro. Assim fez o Santo Cura d’Ars,
que, no contacto permanente com os seus paroquianos, «ensinava sobretudo com o testemunho
da vida. Pelo seu exemplo, os fiéis aprendiam a rezar». (versão integral em
"Documentos do Vaticano)