BENTO XVI: PARA SER TESTEMUNHA CRÍVEL, SACERDOTE DEVE VIVER EM AMIZADE COM CRISTO
Cidade do Vaticano, 16 fev (RV) - A amizade com Cristo é elemento fundamental
de toda vocação ao sacerdócio: é o que escreve Bento XVI na mensagem para o 47º Dia
Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no dia 25 de abril próximo, domingo
do "Bom Pastor".
No documento, publicado nesta terça-feira, o pontífice se
detém sobre o tema da edição deste ano: "O testemunho suscita vocações", e reitera
que os sacerdotes são chamados a ser "sinal de contradição" no mundo de hoje.
"A
fecundidade da proposta vocacional depende primariamente da ação gratuita de Deus",
mas – observa o papa – "é favorecida também pela qualidade" daqueles que responderam
ao chamado do Senhor.
Quando segue Jesus, "em plena fidelidade ao Evangelho",
todo consagrado se torna "sinal de contradição" para o mundo, cuja lógica frequentemente
é inspirada pelo materialismo, o egoísmo e o individualismo".
E ressalta que
imitar Cristo, identificar-se com ele é "o ideal da vida consagrada, testemunho do
primado absoluto de Deus na vida e na história dos homens". Um testemunho – constata
– que pode "suscitar noutras pessoas o desejo de, por sua vez, corresponder com generosidade
ao apelo de Cristo".
Em seguida, o papa evidencia na mensagem que "o elemento
fundamental e comprovado de toda vocação ao sacerdócio e à vida consagrada é a amizade
com Cristo".
De fato, se o sacerdote é o "homem de Deus", que a Ele pertence
e ajuda a amá-Lo, "não pode deixar de permanecer no seu amor, reservando tempo para
a escuta da sua Palavra".
Por isso – observa o papa – a oração é "o primeiro
testemunho que suscita vocações". O segundo aspecto da consagração sacerdotal – lê-se
na mensagem – é "o dom total de si mesmo a Deus".
Daí – acrescenta – "brota
a capacidade para se dar depois àqueles que a Providência lhe confia no ministério
pastoral, com dedicação plena, contínua e fiel" e "com a alegria de fazer-se companheiro
de viagem de muitos irmãos, a fim de que se abram ao encontro com Cristo".
Terceiro
aspecto: o sacerdote deve ser "homem de comunhão", aberto a todos, capaz de fazer
caminhar unido todo o rebanho que a bondade do Senhor lhe confiou, ajudando "a superar
divisões, sanar lacerações, aplanar contrastes e incompreensões, perdoar as ofensas."
Mais
uma vez, no Ano Sacerdotal, Bento XVI observou que "os jovens se virem os sacerdotes
isolados e tristes, com certeza não se sentirão encorajados a seguir o seu exemplo".
Levados a considerar que tal possa ser o futuro de um padre, veem aumentar a sua hesitação.
Torna-se
importante, pois – exorta o Santo Padre – "realizar a comunhão de vida, que lhes mostre
a beleza de ser sacerdote."
De fato, quando os religiosos, os sacerdotes são
fiéis à sua vocação, transmitem a alegria de servir Cristo, e convidam todos os cristãos
a responderem à vocação universal à santidade – afirma o pontífice. (RL)