2010-02-14 17:20:00

REFLEXÃO SOBRE A LITURGIA DESTE VI DOMINGO DO TEMPO COMUM


Cidade do Vaticano, 14 fev (RV) - A primeira leitura nos fala de quem é feliz em optar por confiar em Deus e da infelicidade e frustração daquele que confia no Homem.

Confiar em Deus supõe muita fé e , ao mesmo tempo, um coração que use a memória e a inteligência para verificar o quanto Deus fez por cada um de nós. À medida em que vamos repassando nossa vida, vamos reconhecendo a ação providente e generosa do Senhor. Quem seríamos nós sem Seu amor, sem Seu carinho de Pai! Que seria de nossa vida? O Senhor está presente em nossa existência! Ele é a nossa segurança!

Diante de uma multidão de pessoas desvalidas, famintas, economicamente miseráveis, doentes físicos e psíquicos, o Senhor proclama em alto e bom som que os pobres são bem-aventurados, do mesmo modo os famintos, os que choram, os odiados e marginalizados. Ao mesmo tempo o Senhor proclama malditos os ricos, os fartos, os mundanamente bem sucedidos. Esse é o discurso de Jesus no Evangelho deste domingo.

Como entender esse Evangelho? Vamos à luz da primeira leitura procurar a mensagem cristã.
Para Jesus Cristo feliz é o pobre, o marginalizado porque colocam sua esperança no Senhor e esperam mudar de situação ainda nesta vida.

Os ricos e os aparentemente bem sucedidos são infelizes porque colocam sua segurança nos bens que possuem, em seus trabalhos, em suas relações humanas, em seu cumprimento no pagamento do dízimo. É quase como fé em uma lei de que a uma ação corresponde uma reação, uma conseqüência.

Eles não recordam a bondade de Deus, mas sim suas próprias boas ações. São elas que proporcionam a comida, o riso, a felicidade. Jamais pensam na gratuidade de Deus e em nossa absoluta incapacidade de prover o que necessitamos sem o auxílio divino.
Os que confiam no Senhor serão saciados agora e no futuro. Agora porque já são lúcidos ao confiarem em Deus e, também, porque o Senhor os torna felizes desde já; contudo os outros são infelizes porque, na verdade, não creem no amor, mas sim em si mesmos, e um dia isso, naturalmente, irá terminar. Além do mais já são infelizes, pois no fundo conhecem sua própria miséria.

Na segunda leitura temos a explicação porque alguns creem e outros não. Na primeira Carta aos Coríntios, São Paulo fala sobre crer ou não na ressurreição dos mortos, o que na verdade é crer ou não na ressurreição de Jesus, crer no poder e no amor de Deus.
Jesus, aquele que foi espezinhado, marginalizado e crucificado, agora está ressuscitado e reina para sempre. Mesmo em sua vida mortal, manteve a serenidade, a confiança no Pai e permaneceu sempre fiel ao Seu projeto. Agora, mais do que nunca, é o nosso modelo, o nosso guia, a nossa luz.

Na hora de Sua paixão o Senhor disse: “minha vida eu a dou, ninguém a toma”. Do mesmo modo, aquele que segue Jesus sempre será senhor de si, não por depositar em si mesmo a própria confiança, mas porque já se esvaziou de si mesmo e pode dizer como Paulo “não sou eu quem vivo, mas o Senhor vive em mim!” RealAudioMP3

Pe. Cesar Augusto dos Santos, S.J.







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