2010-02-14 17:09:45

BENTO XVI EM VISITA À CARITAS DE ROMA: A IGREJA AMA OS POBRES E NÃO OS ABANDONA


Cidade do Vaticano, 14 fev (RV) - A Igreja reconhece nos pobres o rosto de Jesus: foi o que o Santo Padre afirmou na manhã deste domingo, na visita ao Centro da Caritas diocesana de Roma, na Estação Termini. O papa encontrou os pobres, os marginalizados, e com eles, os médicos e os voluntários que todos os dias testemunham concretamente a solicitude da Igreja pelos necessitados. O pontífice dirigiu a todos palavras de esperança e de encorajamento.

O evento se inseriu no Ano europeu de luta contra a pobreza. Uma ocasião – disse Bento XVI – para renovar os esforços em todos os níveis pela construção de uma sociedade mais justa e solidária.

A Igreja ama os pobres e jamais os abandona, a Igreja ama todo homem "por aquilo que é e não por aquilo de tem": foi o que o papa reiterou com veemência encontrando os marginalizados da sociedade, os últimos, que são, porém, os primeiros no desígnio de amor de Deus. Uma visita densa de emoções e momentos de sincera comoção iniciada com o encontro, na policlínica, com os médicos e os voluntários do acolhimento.

O pontífice foi acolhido com aplausos e coros de festa no albergue onde pôde falar com alguns hóspedes do abrigo. No refeitório da Caritas, após a bênção da placa comemorativa do evento, o papa recebeu a saudação do seu vigário para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, que definiu a Caritas diocesana como uma "pequena aldeia da caridade" no coração de Roma. Um lugar – disse ele – onde se demonstra concretamente que "a marginalização pode ser contrastada e vencida pelo amor".

O purpurado dirigiu um apelo às instituições: "Que o estado social não sofra injustos redimensionamentos e as faixas mais frágeis da população não sejam mortificadas."

Em seguida, teve lugar o momento comovente da entrega ao Santo Padre do Crucifixo restaurado da Igreja de São Pedro em Onna, a localidade mais atingida pelo terremoto que em abril do ano passado sacudiu a região dos Abruços e o centro da Itália. O Crucifixo foi entregue ao papa por Giovanna Contaldo, hóspede do albergue "Don Luigi Di Liegro", que com as seguintes palavras ressaltou o significado do presente:

"Nesta Cruz, quebrada no terremoto, encontra-se a dor de todos nós que habitamos neste albergue, a dor do povo dos Abruços, dos pequeninos do Haiti, o martírio dilacerante dos pais e mães que na morte de seus filhos renovam toda vez a dor de Maria. Uma dor inexplicável, lancinante, mas não desesperadora. A Cruz restaurada que lhe doamos não é, portanto, a imagem do sofrimento, mas a espera do alvorecer e do resgate."

Por sua vez, o papa falou de esperança em seu discurso, um verdadeiro hino à Caridade na verdade. Bento XVI dirigiu-se diretamente aos pobres, aos marginalizados acolhidos pelo Centro da Caritas.

"Saibam que a Igreja ama vocês profundamente e não os abandona porque reconhece no rosto de cada um de vocês o rosto de Jesus. Ele quis identificar-se de modo totalmente particular com aqueles que se encontram na pobreza e na indigência. O testemunho da caridade, que neste lugar encontra concretização especial, pertence à missão da Igreja juntamente com o anúncio da verdade do Evangelho."

O homem "não somente precisa ser alimentado materialmente ou ajudado a superar os momentos de dificuldades, mas também precisa saber quem ele é e conhecer a verdade sobre si mesmo, sobre a sua dignidade" – foi a reflexão do Santo Padre.

"A Igreja, com o seu serviço em favor dos pobres – ressaltou – está comprometida em anunciar a todos a verdade sobre o homem, que é amado por Deus, criado à sua imagem, redimido por Cristo e chamado à comunhão eterna com Ele."

"Uma cidade em que um só homem sofre menos, é uma cidade melhor", dizia Don Luigi Di Liegro – extraordinária testemunha da caridade cristã, a quem é dedicado o albergue visitado pelo papa.

Um desafio de humanidade que hoje, com essa visita, Bento XVI renovou a toda a cidade de Roma. (RL)







All the contents on this site are copyrighted ©.