BENTO XVI EM VISITA À CARITAS DE ROMA: A IGREJA AMA OS POBRES E NÃO OS ABANDONA
Cidade do Vaticano, 14 fev (RV) - A Igreja reconhece nos pobres o rosto de
Jesus: foi o que o Santo Padre afirmou na manhã deste domingo, na visita ao Centro
da Caritas diocesana de Roma, na Estação Termini. O papa encontrou os pobres, os marginalizados,
e com eles, os médicos e os voluntários que todos os dias testemunham concretamente
a solicitude da Igreja pelos necessitados. O pontífice dirigiu a todos palavras de
esperança e de encorajamento.
O evento se inseriu no Ano europeu de luta contra
a pobreza. Uma ocasião – disse Bento XVI – para renovar os esforços em todos os níveis
pela construção de uma sociedade mais justa e solidária.
A Igreja ama os pobres
e jamais os abandona, a Igreja ama todo homem "por aquilo que é e não por aquilo de
tem": foi o que o papa reiterou com veemência encontrando os marginalizados da sociedade,
os últimos, que são, porém, os primeiros no desígnio de amor de Deus. Uma visita densa
de emoções e momentos de sincera comoção iniciada com o encontro, na policlínica,
com os médicos e os voluntários do acolhimento.
O pontífice foi acolhido com
aplausos e coros de festa no albergue onde pôde falar com alguns hóspedes do abrigo.
No refeitório da Caritas, após a bênção da placa comemorativa do evento, o papa recebeu
a saudação do seu vigário para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, que definiu
a Caritas diocesana como uma "pequena aldeia da caridade" no coração de Roma. Um lugar
– disse ele – onde se demonstra concretamente que "a marginalização pode ser contrastada
e vencida pelo amor".
O purpurado dirigiu um apelo às instituições: "Que o
estado social não sofra injustos redimensionamentos e as faixas mais frágeis da população
não sejam mortificadas."
Em seguida, teve lugar o momento comovente da entrega
ao Santo Padre do Crucifixo restaurado da Igreja de São Pedro em Onna, a localidade
mais atingida pelo terremoto que em abril do ano passado sacudiu a região dos Abruços
e o centro da Itália. O Crucifixo foi entregue ao papa por Giovanna Contaldo, hóspede
do albergue "Don Luigi Di Liegro", que com as seguintes palavras ressaltou o significado
do presente:
"Nesta Cruz, quebrada no terremoto, encontra-se a dor de todos
nós que habitamos neste albergue, a dor do povo dos Abruços, dos pequeninos do Haiti,
o martírio dilacerante dos pais e mães que na morte de seus filhos renovam toda vez
a dor de Maria. Uma dor inexplicável, lancinante, mas não desesperadora. A Cruz restaurada
que lhe doamos não é, portanto, a imagem do sofrimento, mas a espera do alvorecer
e do resgate."
Por sua vez, o papa falou de esperança em seu discurso, um verdadeiro
hino à Caridade na verdade. Bento XVI dirigiu-se diretamente aos pobres, aos marginalizados
acolhidos pelo Centro da Caritas.
"Saibam que a Igreja ama vocês profundamente
e não os abandona porque reconhece no rosto de cada um de vocês o rosto de Jesus.
Ele quis identificar-se de modo totalmente particular com aqueles que se encontram
na pobreza e na indigência. O testemunho da caridade, que neste lugar encontra concretização
especial, pertence à missão da Igreja juntamente com o anúncio da verdade do Evangelho."
O
homem "não somente precisa ser alimentado materialmente ou ajudado a superar os momentos
de dificuldades, mas também precisa saber quem ele é e conhecer a verdade sobre si
mesmo, sobre a sua dignidade" – foi a reflexão do Santo Padre.
"A Igreja, com
o seu serviço em favor dos pobres – ressaltou – está comprometida em anunciar a todos
a verdade sobre o homem, que é amado por Deus, criado à sua imagem, redimido por Cristo
e chamado à comunhão eterna com Ele."
"Uma cidade em que um só homem sofre
menos, é uma cidade melhor", dizia Don Luigi Di Liegro – extraordinária testemunha
da caridade cristã, a quem é dedicado o albergue visitado pelo papa.
Um desafio
de humanidade que hoje, com essa visita, Bento XVI renovou a toda a cidade de Roma.
(RL)