2010-02-12 13:42:42

Bento XVI faz votos de que Ortodoxos e Católicos da Roménia dêem testemunho de fraternidade e de defesa dos valores cristãos


(12/2/2010) Um “diálogo construtivo” entre Ortodoxos e Católicos será “fermento de unidade e de concórdia… para toda a Europa”. Esta a convicção de Bento XVI e os votos por ele expressos ao receber, nesta sexta-feira, os Bispos da Roménia e da Moldávia, por ocasião da sua visita “ad limina Apostolorum”. “Pastores de comunidades de diversos ritos, que – como disse o Papa – colocam ao serviço da comunhão as riquezas de cada uma das suas tradições".

Bento XVI começou por prestar homenagem a tantos bispos, padres, religiosos e religiosas e leigos que, no tempo da perseguição, mostraram indómito apego a Cristo e à sua Igreja, conservando intacta a sua fé”. O Papa agradeceu aos bispos romenos e ao prelado moldavo o “generoso empenho” que têm revelado ao serviço do renascimento e desenvolvimento da comunidade católica, exortando-os a serem sempre “zelosos Pastores do rebanho de Cristo, na pertença à única Igreja e no respeito pelas diversas tradições rituais”. Para tal, há que propor aos fiéis um itinerário de fé cristã adulta e responsável, especialmente através do ensino da religião, a catequese (mesmo dos adultos) e a preparação para os Sacramentos. Um programa exigente, que requer a unidade de todos:

“É um programa árduo, que requer a elaboração comum de planos pastorais visando o bem das almas de todos os católicos dos diversos ritos e etnias. O que exige testemunho de unidade, diálogo sincero e colaboração concreta, sem esquecer que a unidade é primariamente fruto do Espírito Santo, que guia a Igreja”.

Neste Ano Sacerdotal, Bento XVI exortou os Bispos a serem “autênticos pais” dos respectivos presbíteros, que são os “primeiros e preciosos colaboradores da vinha do Senhor”.

“Empenhai-vos em cuidar da comunhão entre vós e com eles num clima de afecto, de atenção e de diálogo respeitoso e fraterno. Interessai-vos pelas suas condições espirituais e materiais e com a necessária actualização teológica e pastoral deles”.

Bento XVI falou depois, com preocupação, da “saúde moral e religiosa” das famílias, num tempo de tantas “insídias para com a instituição familiar, numa sociedade secularizada e desorientada”. Mesmo as famílias católicas, que na época da provação, souberam testemunhar a caro preço a fidelidade ao Evangelho, não são agora imunes “da praga do aborto, da corrupção, do alcoolismo e da droga, assim como do controle dos nascimentos mediante métodos contrários à dignidade da pessoa humana”. O Papa recordou a necessidade de organizar melhor a pastoral juvenil e promover consultórios paroquiais que assegurem uma adequada preparação para a vida conjugal e familiar.

“Ocorre sobretudo um decidido empenho para favorecer os valores cristãos na sociedade, desenvolvendo centros de formação onde os jovens possam conhecer os valores autênticos, enriquecidos pelo génio da cultura dos vossos países, de modo a testemunhá-los nos ambientes onde vivem”.

A Igreja – recordou o Papa - deseja dar o seu contributo decisivo para a construção de uma sociedade reconciliada e solidária. Para tal, é indispensável que os Cristãos dêem testemunho de fraternidade, Não obstante os contenciosos ainda em aberto, referidos pelo arcebispo de Bucareste, presidente da Conferencia Episcopal Romena, nomeadamente a lentidão no processo de restituição dos edifícios sacros confiscados em 1948 á Igreja Greco -Católica

“Neste contexto, é particularmente importante o testemunho de fraternidade entre Católicos e Ortodoxos: permaneça sobre as divisões e os dissídios e abra os corações à reconciliação. Tenho consciência das dificuldades que têm que enfrentar, neste âmbito, as comunidades católicas. Faço votos de que se possam encontrar soluções adequadas, naquele espírito de justiça e caridade que deve animar as relações entre irmãos em Cristo”.

Evocando a viagem pastoral de João Paulo II à Roménia, em 1999, Bento XVI fez votos de que “o desejo de unidade suscitado por aquela visita alimente a oração e o empenho a dialogar na caridade e na verdade e a promover iniciativas comuns”.

“Um âmbito de colaboração hoje em dia particularmente importante entre Ortodoxos e Católicos diz respeito à defesa das raízes cristãs da Europa e dos valores cristãos e o testemunho comum sobre temas como a família, a bioética, os direitos humanos, a honestidade na vida pública, a ecologia”.

“O empenho unitário sobre estas questões” – considera o Papa – será “um importante contributo para o crescimento moral e civil da sociedade”.

“Um diálogo construtivo entre Ortodoxos e Católicos não deixará de ser fermento de unidade e de concórdia não só para os vossos países, mas também para toda a Europa”.








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