DOM MARCHETTO: IGREJA NÃO PODE IGNORAR DIFÍCEIS CONDIÇÕES DE VIDA DOS PESCADORES
Cidade do Vaticano, 10 fev (RV) - "A Igreja não pode ignorar as difíceis condições
em que vivem muitos pescadores e suas famílias. Por isso, é urgente pensar em novos
modelos de pastoral direta com os pescadores" – frisou o secretário do Pontifício
Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Agostino Marchetto, que
hoje fará uma palestra para a Comissão Internacional do Apostolado do Mar, reunida
no Vaticano.
"A capacidade da natureza foi forçada até o limite e não podemos
mais continuar desta maneira. Os governos devem se sentir responsáveis em observar
rigorosamente as leis a fim de proteger os oceanos, sobretudo, da pesca ilegal" –
ressaltou Dom Marchetto numa entrevista à nossa emissora.
O arcebispo disse
ainda, "que a pesca sempre foi uma das maiores fontes de sustento para a humanidade,
mas o desenvolvimento tecnológico e a globalização causaram um profundo impacto nesse
setor".
"Os pescadores no mundo são mais de 30 milhões e a metade deles trabalha
nas peixarias muitas vezes em condições difíceis. Em vários países, a pesca é um trabalho
perigoso. Milhares de pessoas que dependem desse setor para viver, enfrentam o problema
da falta de recursos e da competição com as grandes industriais" – ressaltou Dom Marchetto.
O
arcebispo frisou que das quinze maiores áreas de pesca no mundo, quatro já foram extintas
e nove estão em fase de extinção.
O prelado ressaltou que a "Convenção sobre
trabalho na Pesca" de 2007, é o mais importante documento internacional dos últimos
40 anos neste setor.
"O caminho rumo à ratificação da convenção procede com
muita calma em relação ao trabalho marítimo. O Apostolado do Mar, sendo diretamente
engajado com várias comunidades de pescadores e estando em contato com muitos governos,
pode realizar neste momento uma função importante em vista da ratificação" – concluiu
Dom Marchetto. (MJ)