Washington, 08 fev (RV) - A decisão anunciada pelo Fundo Monetário Internacional
(FMI) de emprestar às vítimas do sismo no Haiti 102 milhões de dólares foi recebida
com satisfação, mas com certa desilusão pela Caritas, que contava com o total cancelamento
da dívida externa do país.
“As imagens transmitidas a todo o mundo de Porto
Príncipe, capital do Haiti, comprovam que serão precisos muitos anos até que o país
esteja preparado para responder aos empréstimos internacionais”, aponta a Caritas.
“É por isso que esta organização da Igreja Católica está promovendo campanhas para
obter o cancelamento imediato das dívidas”.
O Diretor do CAFOD (associação
integrante da Caritas no Reino Unido) Chris Bain, afirmou que “promessas vagas de
cancelamento de dívidas não são suficientes. O Haiti precisa ser livre para curar
as suas feridas e reconstruir sua confiança consciente de não acumular novas dívidas”. Em
resposta, o diretor executivo do FMI, Dominique Strauss-Kahn, manifestou o seu apoio
para cancelar as dívidas do Haiti, e reafirmou seu compromisso em trabalhar com “todas
as entidades doadoras para cancelar as dívidas do Haiti, incluindo o novo empréstimo”.
Segundo
a Caritas, esta é a hora do cancelamento. A organização pede ao FMI e a todos os doadores
que “aliviem o peso da dívida ao Haiti, que está lutando para se reconstruir; a reconstrução
será uma tarefa que levará décadas e bilhões de dólares”.
O Banco Mundial,
que emprestou 39 milhões de dólares, e o BID, Banco Interamericano de Desenvolvimento,
que avançou 447 milhões, estão disponíveis a cancelar a dívida, mas ainda não o oficializaram
com um acordo formal. (CM)