PAPA NO ANGELUS: POBREZA CRIA DESIGUALDADES E OFENDE A VIDA
Cidade do Vaticano, 07 fev (RV) - O Santo Padre presidiu a oração mariana do
Angelus deste domingo, na Praça São Pedro, onde o aguardavam vários fiéis e peregrinos
provenientes de várias partes do mundo.
Na alocução que precedeu a oração,
o papa falou que a liturgia deste domingo encaminha os nossos pensamentos em direção
ao mistério da vocação à santidade. Cristo nos convida para com Ele conhecermos e
fazermos a vontade do Pai. Jesus nos convida a confiar em sua palavra e a segui-lo
com coragem, como fizeram o Profeta Isaías e os Apóstolos Pedro e Paulo.
"Não
tenhas medo, serás pescador de homens" – disse Jesus a Pedro. O Apóstolo Paulo, recordando
que foi um perseguidor da Igreja, se considera indigno de ser chamado apóstolo, mas
reconhece que a graça de Deus realizou nele maravilhas e não obstante seus limites,
Deus lhe confiou o anúncio do Evangelho.
"Nestas três experiências podemos
ver como o encontro autêntico com Deus leva o homem a reconhecer a sua pobreza e inadequação,
seu próprio limite e seu pecado. Mas, não obstante esta fragilidade, o Senhor, rico
de misericórdia e de perdão transforma a vida do ser humano e o convida a segui-lo"
– sublinhou o pontífice.
"A humildade testemunhada por Isaías, Pedro e Paulo
convida os que receberam o dom da vocação divina a manter o olhar fixo no Senhor e
em sua surpreendente misericórdia, a fim de converter o coração e continuar, com alegria
a deixar tudo por causa Dele" – disse ainda o papa.
"Deus não olha o que é
importante para o homem. O homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração e torna
homens pobres e fracos, mas que Nele têm fé, em destemidos apóstolos e anunciadores
da salvação" – frisou Bento XVI.
O Santo Padre exortou "para que neste Ano
Sacerdotal, peçamos ao Senhor da Messe que mande operários para a sua vinha e aqueles
que se sentem convidados a segui-lo depois de um necessário discernimento, saibam
responder com generosidade, não confiando em suas próprias forças, mas se abrindo
à ação de sua graça".
O papa confiou à materna intercessão da Virgem Maria
a vida religiosa e sacerdotal a fim de que possa nascer em cada um o desejo de dizer
sim a Deus com alegria e plena dedicação. A seguir concedeu a todos a sua bênção apostólica.
Após
a oração mariana, o Santo Padre saudou em várias línguas os diversos grupos de fiéis
e peregrinos reunidos na Praça São Pedro e recordou que hoje na Itália se celebra
o Dia pela Vida. O papa se uniu aos bispos italianos que escreveram a mensagem "A
força da vida, um desafio na pobreza".
Bento XVI ressaltou que "no atual contexto
de dificuldade econômica, se tornam ainda mais dramáticos aqueles mecanismos que,
produzindo pobreza e criando fortes desigualdades sociais, ferem e ofendem a vida,
atingindo, sobretudo, os mais fracos e indefesos. Tal situação convida a promover
um desenvolvimento humano integral a fim de exterminar a indigência e a necessidade,
mas recorda, sobretudo, que o fim do ser humano não é o bem-estar, mas o próprio Deus
e que a existência humana deve ser defendida e promovida em todas as suas fases. Ninguém
é proprietário de sua vida. Somos chamados a protegê-la e respeitá-la, desde a concepção
até a morte natural".
A Diocese de Roma dedica especial atenção ao Dia pela
Vida que se prolongará na "Semana da vida e da família". O papa fez votos de bom êxito
desta iniciativa e encorajou as pessoas que trabalham em favor da vida e da família.
Enfim,
o Santo Padre recordou que no próximo dia 11, memória de Nossa Senhora de Lourdes
e Dia Mundial do Enfermo, presidirá a Santa Missa com os doentes na Basílica de São
Pedro. (MJ)