PAPA A NOVO EMBAIXADOR DA GUATEMALA: "LUTAR CONTRA POBREZA E CORRUPÇÃO E DEFENDER
A VIDA, FAMÍLIA E DEMOCRACIA"
Cidade do Vaticano, 06 fev (RV) - Bento XVI iniciou as suas atividades deste
sábado recebendo em audiência, no Vaticano, o novo embaixador da Guatemala junto à
Santa Sé, Alfonso Alberto Matta Fahsen, para a apresentação de suas credenciais.
Luta
contra a pobreza e a corrupção, defesa da vida e da família, promoção da democracia:
foram os temas abordados pelo Santo Padre na audiência ao diplomata guatemalteco.
Ademais, o pontífice dirigiu seu pensamento aos que sofrem por causa da terrível seca
que atingiu o país centro-americano.
O reforço democrático e a estabilidade
política são "imprescindíveis" para o avanço de "um autêntico desenvolvimento integral
da pessoa que se reflita de modo positivo em todos os âmbitos da sociedade – afirmou
o papa.
Bento XVI acrescentou que a Igreja local, no respeito pelos âmbitos
que lhe são próprios, se empenha em promover o bem comum de toda a sociedade guatemalteca,
"que deve dirigir uma atenção especial aos menos favorecidos".
Nesse contexto,
o pontífice dirigiu seu pensamento aos que "sofrem pelas conseqüências dos eventos
climáticos" que "contribuem para aumentar a seca e favorecem a perda das colheitas,
gerando desnutrição e pobreza".
O pontífice manifestou a sua proximidade espiritual
aos que se encontram em dificuldade por causa de tal calamidade natural, agradecendo,
ao mesmo tempo, aos que estão fazendo o possível para diminuir a penúria.
"Fazer
de modo que todos possam dispor do alimento necessário é um direito fundamental da
pessoa" e, portanto, deve ser um objetivo prioritário – enfatizou. Daí, o convite
a trabalhar a fim de que os mais vulneráveis, e especialmente as crianças, tenham
uma adequada alimentação.
Os valores humanos e evangélicos, como o amor pela
família e a fé em Deus, representam os verdadeiros motivos de esperança para o futuro
da Guatemala – evidenciou o papa. Os guatemaltecos podem encontrar nesse patrimônio
espiritual as forças necessárias "para contrastar aqueles fatores que deterioram o
tecido social guatemalteco como o narcotráfico, a violência", bem como "a insegurança,
o analfabetismo, as seitas ou a perda de referências morais nas novas gerações".
O
papa elogiou a Constituição guatemalteca que garante a vida humana da concepção até
a morte natural. E exortou os representantes do povo e as instituições legislativas
"a manterem e reforçarem esse elemento base da cultura da vida", que contribuirá sem
dúvida a "enobrecer o patrimônio moral dos guatemaltecos". O pontífice encorajou os
esforços que estão sendo feitos na Guatemala "para consolidar as garantias de um verdadeiro
Estado de direito".
"Esse processo deve ser acompanhado de uma firme determinação"
que nasce da conversão pessoal "para eliminar qualquer forma de corrupção nas instituições
e administrações públicas".
Ao mesmo tempo, o papa auspiciou uma reforma da
justiça "para aplicar as leis de modo justo" e "para erradicar a sensação de impunidade"
em quem comete violências ou despreza os direitos humanos.
Por fim, Bento XVI
recordou que em 2011 se celebrará o 75º aniversário das relações entre Guatemala e
Santa Sé, uma importante ocasião para dar novo impulso à cooperação entre Igreja e
Estado guatemalteco. (RL)