PAPA PRESIDE ÀS VÉSPERAS, NA FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR NO TEMPLO
Cidade do Vaticano, 02 fev (RV) - O mundo não se sente tão atraído pelos mestres,
mas pelas testemunhas. Uma das máximas mais importantes e conhecidas do magistério
dos papas pode-se bem aplicar à vida dos religiosos, que se consagram a Deus num específico
Instituto para servir à causa do Evangelho no mundo.
Essa convicção orientou
nestes anos o pensamento de Bento XVI sobre a vida consagrada, em particular quando
no dia 2 de fevereiro – festa da Apresentação do Senhor – o papa se dirige aos religiosos
no dia que recorda e celebra a sua específica vocação.
Também esta tarde, logo
mais às 17h30 locais, ao presidir o rito das Vésperas na Basílica de São Pedro, o
Santo Padre voltará a deter-se sobre a importância da vida religiosa para a Igreja
e a sociedade.
Informamos nossos ouvintes e emissoras que essa celebração das
Vésperas será transmitida ao vivo, via satélite, para todo o Brasil e demais países
de língua portuguesa cujas emissoras nos retransmitem, a partir das 14h20 (horário
de Brasília).
Aproveitamos a festa da Apresentação do Senhor para repropor
algumas passagens mais salientes do ensinamento de Bento XVI sobre a vida consagrada.
A
cena do Evangelho de Lucas que mostra o ancião israelita Simeão ir ao encontro do
pequeno Jesus apresentado no Templo por Maria e José, abraçá-lo e expressar toda a
sua alegria a Deus por aquele encontro longamente esperado, é como uma "janela" através
da qual o Antigo Testamento se "apresenta" no Novo.
Nos olhos do ancião Simeão
refletem-se os olhos dos profetas que anunciaram o Messias sem vê-lo: no abraço do
ancião ao recém-nascido reflete-se o tempo da primeira Aliança que toca fisicamente
a Aliança da salvação. Bento XVI evidenciou a experiência de Simeão numa das homilias
de 2 de fevereiro:
"Naquele Menino reconhece o Salvador, mas intui no Espírito
Santo que gira em torno dele o destino da humanidade, e que deverá sofrer muito por
parte daqueles que o rejeitarão; proclama a sua identidade e a missão de Messias com
as palavras que formam um dos hinos da Igreja nascente (...) O entusiasmo é tão grande
que viver e morrer são a mesma coisa, e a "luz" e a "glória" se tornam uma revelação
universal." (2006)
"Os meus olhos viram a sua salvação", afirma com gratidão
o ancião Simeão. Mas o desejo dessa revelação – explica ainda o pontífice – jamais
se apagou. "Como os anciãos Simeão e Ana – ressalta – tinham o desejo de ver o Messias
antes da sua morte" e falavam dele "aos que esperavam a redenção de Jerusalém":
"...
assim também neste nosso tempo é difusa, sobretudo entre os jovens, a necessidade
de encontrar Deus. Aqueles que são escolhidos por Deus para a vida consagrada fazem
seu de modo definitivo esse anseio espiritual. Neles habita uma só expectativa: a
espera do Reino de Deus; que Deus reine em nossas vontades, em nossos corações, no
mundo. Neles se consume uma única sede de amor, que somente o Eterno pode apagar."
(2007)
"Mais vezes também eu – afirmou Bento XVI no dia 18 de fevereiro de
2008, encontrando um grupo de representantes de Institutos religiosos e de sociedades
de vida consagrada – quis reiterar que os homens de hoje sentem um forte chamado religioso
e espiritual, mas se sentem prontos a escutar e seguir somente quem testemunha com
coerência a sua adesão a Cristo." Em seguida, afirmou:
"A celebração de hoje
é mais do que nunca oportuna para pedir juntos ao Senhor o dom de uma sempre mais
consistente e incisiva presença dos religiosos, das religiosas e das pessoas consagradas
na Igreja em caminho pelas estradas do mundo. Caros irmãos e irmãs, a festa que hoje
celebramos nos recorda que o testemunho evangélico de vocês, para que seja verdadeiramente
eficaz, deve nascer de uma resposta sem reservas à iniciativa de Deus que os consagrou
a si com um especial ato de amor." (RL)