Genebra, 28 jan (RV) - O Conselho de Direitos Humanos da ONU realizou sessão
especial ontem em Genebra, na Suíça, em apoio ao Haiti, atingido por um terremoto
há pouco mais de duas semanas.
Convocada por iniciativa do Brasil, a sessão
extraordinária começou com um minuto de silêncio em memória das vítimas do terremoto.
Com a presença de mais de 30 países membros do Conselho, incluindo Estados Unidos
e China, a sessão deve terminar hoje.
Em discurso no encontro, o Ministro brasileiro
das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que hoje o maior desafio para os esforços
da comunidade internacional será ajudar o país preservando a soberania e condições
sustentáveis.
Falando em inglês, o Ministro ressaltou que, na visão do Brasil,
a assistência humanitária, a segurança e o desenvolvimento social e econômico da ilha
caribenha não podem ser vistos separadamente.
Ele disse que é preciso assegurar
alimentação, água e cuidados de saúde, mas também a auto-estima e dignidade dos haitianos.
Amorim
lembrou que esteve em Montreal na última segunda-feira para a reunião 'Amigos do Haiti'.
O encontro reuniu representantes da ONU e de diversos países que chegaram a um consenso
para um compromisso a longo prazo, de 10 anos, para o país. Já o representante
da União Européia, embaixador espanhol Javier Garrigues, pediu à comunidade internacional
que ajude o governo haitiano a garantir a segurança da população no país.
A
Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, avisou que os criminosos
que estavam presos e aproveitaram o terremoto para fugir constituem uma grave ameaça
para os direitos humanos no Haiti.
Pillay expressou o temor de que ‘delinquentes
sem escrúpulos’ foragidos consigam armas e promovam ‘uma onda de crimes violentos’.
A
funcionária da ONU advertiu também sobre informações ‘alarmantes’ sobre ‘execuções
sumárias de criminosos por multidões enfurecidas’.
“As lições do passado nos
ensinaram que temos de prevenir e controlar as violações dos direitos humanos que
sempre acontecem depois das catástrofes” - acrescentou.
“A situação atual no
Haiti é favorável aos traficantes de pessoas, principalmente de crianças”, alertou,
por sua vez, o diretor do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Dermot
Carty, adiantando que várias investigações já foram abertas. (CM)