Crise económica global com forte impacto no desemprego
(28/1/2010) A crise económica global teve um forte impacto no desemprego. A Organização
Internacional do Trabalho (OIT) confirmou terça feira esta tese, com a divulgação
do retrato laboral de 2009: 212 milhões de desempregados em todo o mundo, o que significa
um aumento de cerca de 13 por cento face ao ano anterior e de mais 16 por cento em
relação ao final de 2007, ano que antecedeu a eclosão da crise financeira e em que
a economia avançou para um quadro de depressão generalizada. No relatório Tendências
Mundiais do Emprego, a OIT assume que a escalada do desemprego era inevitável num
ano em que as economias ainda sofreram consequências significativas do abrandamento
da actividade. Mas, apesar de as perspectivas para 2010 serem mais optimistas em relação
à evolução das diferentes economias, a organização sustenta que o desemprego vai manter-se
a níveis muito elevados, com crescimento das taxas em algumas regiões e um cenário
de estabilização ou de ligeira melhoria noutras. Entre as regiões que continuarão
a ver o exército de desempregados aumentar estão os chamados países mais desenvolvidos
e a União Europeia, onde se prevê a extinção de, pelo menos, mais 3 milhões de postos
de trabalho. A OIT reconhece que a situação só não conheceu contornos mais graves
com a crise porque muitos estados aplicaram planos de estímulo que evitaram uma "catástrofe
social". Por isso, a organização defende que os governos devem continuar a aplicar
políticas em defesa do emprego, nomeadamente através de uma crescente convergência
entre as políticas públicas e o investimento privado. O relatório da organização
estima que a taxa de desemprego mundial ter-se-á fixado em 6,6 por cento em 2009 e
poderá cair uma décima percentual em 2010. A evolução do número de desempregados varia
conforme as regiões: aumentou apenas 4,4 por cento na Ásia Oriental, cresceu acima
dos 8 por cento nos países desenvolvidos e da União Europeia, bem como na América
Latina, e acima dos 10 por cento na Europa Central e no Norte de África. A elevada
taxa de desemprego entre os jovens (13,4 por cento) é uma das preocupações assinaladas
pela Organização Internacional do Trabalho, que recorda que todos os anos entram no
mercado de trabalho cerca de 45 milhões de jovens e mulheres.