FSM COMEÇA COM ANÁLISE DE ERROS E ACERTOS. PASTORAL DA JUVENTUDE MARCA PRESENÇA
Porto Alegre, 26 jan (RV) - Abriu-se ontem no Rio Grande do Sul o Fórum Social
Mundial 10 anos. Intelectuais e representantes de movimentos sociais de todo o mundo
estarão reunidos, até o dia 29 de janeiro, para uma grande reflexão sobre os dez anos
do Fórum Social Mundial e as transformações políticas e sociais desse período.
O
evento começou com o debate “Dez anos depois: Desafios e propostas para um outro mundo
possível”: uma reflexão sobre os verdadeiros ganhos e percalços da iniciativa que
reúne movimentos sociais de todo o mundo. “O FSM, ao contrário de outras instâncias,
não obriga ninguém a deixar de acreditar em nada. Esse processo vem mudando culturas
que antes eram colocadas acima do interesse coletivo” – avaliou o presidente emérito
do Instituto Ethos de Empresas de Responsabilidade Social, Oded Grajew. Já João
Pedro Stédile, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST), alegou que o Fórum é um espaço de movimentos, uma feira de debates. Sua natureza
é social e não partidária. “Acertamos quando conseguimos derrubar o neoliberalismo
como ideologia, como proposta de saída para os povos” - explicou. O seminário conta
ainda com representantes do Uruguai, Itália, Índia, entre outros.
As conclusões
serão discutidas em eventos descentralizados, a ser realizados em todo o mundo ao
longo do ano, até o próximo Fórum Social Mundial, em Dacar (Senegal), em 2011.
Hoje,
o programa prevê debates acerca da conjuntura atual sob quatro diferentes aspectos
que se completam: ambiental, econômico, político e social. As discussões serão conduzidas
paralelamente.
O evento conta hoje também com a participação do presidente
Lula, para fazer um balanço da relação do governo com as organizações ligadas aos
processos do FSM durante os oito anos em que esteve na presidência. O evento será
às 19 horas no Gigantinho.
Um telão será instalado do lado de fora para que
todos os participantes do Fórum tenham a oportunidade de acompanhar o discurso do
presidente.
De Porto Alegre, Lula segue para o Fórum Econômico de Davos, onde
será homenageado. Na volta, participa do Fórum Mundial Temático da Bahia, evento marcado
para Salvador, de 29 a 31 de janeiro.
Outras cidades da Grande Porto Alegre
- Gravataí, Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Sapiranga - estão promovendo 500
diferentes atividades. E em Lomba Grande, na zona rural de Novo Hamburgo, a 40 quilômetros
de Porto Alegre, foi montada a infra-estrutura do acampamento da Juventude. Pequenos
agricultores locais fornecerão os produtos que serão usados na alimentação dos acampados.
Integrantes do movimento da Economia Solidária organizaram uma feira de artesanato,
na qual a única forma de pagamento será o ‘Mate’, a moeda social do acampamento e
do Fórum. No local também funcionará um mercado de trocas. Dentre as organizações
que participarão do evento, estão a Pastoral da Juventude, a Pastoral da Juventude
do Meio Popular, a Pastoral da juventude Rural e a Pastoral da Juventude Estudantil.
A principal atividade destas Pastorais será a divulgação da Campanha Nacional
contra a violência e o extermínio da juventude. A Campanha é o “carro-chefe” da atuação
das Pastorais para o período 2010-2011 e foi lançada em novembro do ano passado, durante
o 7º Encontro Nacional do Movimento de Fé e Política, na cidade de Ipatinga (MG). A
iniciativa tem o apoio de dezenas de organizações da sociedade civil, e o objetivo
é mobilizar grupos de jovens em todo o país na luta por direitos e por cidadania a
partir do slogan: “Juventude em marcha contra a violência”. (CM)