CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS PEDE PERDÃO DA DÍVIDA EXTERNA DO HAITI
Genebra, 26 jan (RV) - O "perdão imediato e total" da dívida externa do Haiti,
fruto de políticas "brutais" das quais o povo caribenho "não obteve nenhum benefício":
foi o que pediu o Conselho Mundial de Igrejas num documento difundido em coincidência
com a Conferência internacional de Montreal, no Canadá, sobre as ajudas às vítimas
do terremoto.
Apesar de o Haiti ter obtido em junho passado, por parte das
instituições financeiras internacionais, o cancelamento de um bilhão e 200 milhões
de dólares de sua dívida externa – evidencia-se na nota, assinada pelo secretário-geral
do Conselho, o Rev. Olav Fykse Tveit – o país caribenho deve ainda 641 milhões de
dólares aos bancos e aos Estados.
Segundo o Rev. Tveit, "mais da metade" dessa
dívida deriva das escolhas erradas de François e Jean-Claude Duvalier, de 1957 a 1986,
mandatários da parte ocidental da ilha Hispaniola.
O Conselho ressalta que
é ilegítimo "obrigar o Haiti a efetuar pagamentos da dívida em detrimento da assistência
médica, da educação e de outros programas sociais".
Segundo o organismo, que
representa 340 Igrejas cristãs de todas as tradições, é necessário que toda nova assistência
financeira chegue em forma de subvenções e não de empréstimos, "que afligiria o país
com ulteriores dívidas".
No documento do Conselho são recordadas também as
dificuldades e os riscos da reconstrução. Segundo o secretário-geral do Conselho Mundial
de Igrejas, deve ser desenvolvido um plano a médio e longo prazos com a plena participação
do povo do Haiti e com o apoio da comunidade internacional, sob a coordenação da ONU.
(RL)