2010-01-25 13:57:55

RELAÇÃO ENTRE CATÓLICOS E JUDEUS


Cidade do Vaticano, 25 jan (RV) – As relações entre Igreja Católica e o mundo judaico encontram-se “no centro de um processo evolutivo”: foi o que afirmou, em uma entrevista à Rádio Vaticano, o rabino David Rosen, diretor do Comitê Judaico Americano, comentando a recente visita de Bento XVI à Sinagoga de Roma. “Espero – acrescentou – que esses eventos façam calar tantos medos e tantas suspeitas”. “Nós continuaremos a trabalhar: com o tempo alguns conseguiremos convencer, outros não”, prosseguiu o rabino recordando ainda que certos elementos de polêmica, como o perdão aos lefebvrianos, não estão ligados a esse pontificado pois o então Papa João Paulo II já havia iniciado o percurso de aproximação com os ultra-tradicionalistas.

E críticas – destacou o rabino Rosen – foram feitas também por ocasião da primeira visita de Wojtyla à Sinagoga de Roma, em 1986. Mas a evolução “nas relações judaico-católicas é hoje muito grande, muito importante para que se possa permitir a uma só dessas suspeitas boicotar ou colocá-la de qualquer modo em séria dificuldade”, concluiu.

Por sua vez, segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, a visita de Bento XVI à Grande Sinagoga de Roma, ocorrida em 17 de janeiro passado, consolidou as bases para um desenvolvimento das relações entre cristãos e judeus. Padre Lombardi definiu o encontro como “memorável”, destacando sua importância na renovação de um “diálogo baseado no respeito à criação e aos Dez Mandamentos”.
No editorial da última edição do Octava Dies, periódico informativo publicado pelo Centro Televisivo do Vaticano, o padre jesuíta disse que a presença do pontífice na Sinagoga de Roma representa um passo “irreversível” na direção “do diálogo, da fraternidade e da amizade entre a Igreja e os judeus”.

De acordo com o diretor da Sala de Imprensa vaticana, o Papa declarou na ocasião que “o mundo foi criado por Deus e por Ele confiado ao homem”; e que os Dez Mandamentos “constituem uma luz que possibilita distinguir entre o bem e o mal, o verdadeiro e o falso, o justo e o injusto, em concordância com o que dita a consciência de toda pessoa humana”.

Ainda em relação aos Dez Mandamentos, Padre Lombardi disse que “são palavras antiquíssimas e ao mesmo tempo atualíssimas”. “Um homem criado por Deus é um homem que deve se responsabilizar diante de Deus pela criação; um homem que é auxiliado a discernir a diferença entre o bem e o mal, pode encontrar o caminho mesmo entre a confusão de um pluralismo que tende a eliminar todas as referências”. “Os sábios do judaísmo sabem disso muito bem, e certamente apreciaram tal convite tão claro a uma base comum sólida”, assegurou Padre Lombardi.

“Continuaremos a tratar também de questões do passado e a enfrentar as dificuldades no caminho para uma compreensão recíproca sempre melhor; mas o que temos em comum desde nossas origens é imenso e estável como os céus”, concluiu. (SP)







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