2010-01-23 12:32:33

REDE CONTRA TRÁFICO HUMANO REÚNE AGENTES


Fátima, 23 jan (RV) - A cidade portuguesa hospedou na semana passada, de 15 a 17, o X Encontro de Agentes Sócio-pastorais das Migrações, encontro no qual se debateu sobre o papel dos agentes religiosos em ações de prevenção, acompanhamento e combate ao tráfico de seres humanos.

O encontro foi promovido pela Obra Católica Portuguesa de Migrações, Caritas Portuguesa, Agência Ecclesia e Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, e contou com o apoio de Stefano Volpicelli, técnico da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

A reunião se inseriu no contexto do projeto de formação especializada para agentes, no combate ao tráfico de pessoas. O projeto nasceu em 2003 de uma parceria entre a OIM e as Uniões de Superiores Gerais dos Institutos Religiosos (UISG e USG), com sede em Roma. Deste trabalho, resultou a criação da Rede Mundial dos Religiosos e Religiosas de Combate ao Tráfico de Pessoas, em 2009.

O objetivo da Rede é elaborar um plano de ação e traçar o perfil das vítimas e dos exploradores. Os agentes se propõem a acolher e dar assistência às vítimas, auxiliando na reconstrução de seus projetos de vida e reinserção social. Devem também trocar informações entre as organizações e atuar em parceria com instituições governamentais e a sociedade civil.

Em entrevista à Agência Ecclesia, Stefano Volpicelli, técnico da Organização Internacional para as Migrações (OIM), comentou que as estruturas eclesiais, principalmente formadas por mulheres religiosas, são um meio de sensibilização, informação e prevenção ao problema.

“É importante envolvê-las neste trabalho, porque elas são uma rede natural, que já existe e está pronta. As religiosas estão radicadas em todo o lado, nas aldeias mais longínquas, enquanto nós estamos apenas nas capitais” – disse.

Em relação aos dados oficiais sobre a ocorrência deste crime no mundo, o técnico comentou que é difícil estimar a realidade do fenômeno, já que este é um crime de caráter oculto e que atua em diferentes ramos.

Volpicelli explica que estas estimativas variam muito de uma instituição para outra: o UNICEF fala em 2,5 milhões de vítimas por ano, o Governo dos Estados Unidos aponta de 800 mil a 1 milhão de pessoas. Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o tráfico faz 10 milhões de vítimas por ano. (CM)







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