Proximidade, dor e solidariedade manifestadas pelo Papa em cartas ao Presidente da
Republica e ao Presidente da Conferencia episcopal haitiana
(24/1/2010) Bento XVI escreveu pessoalmente ao presidente de Haiti René Preval, e
ao presidente da conferencia episcopal local o arcebispo de Cap-Haitien Louis Kérebreu
para manifestar uma vez mais o seu profundo pesar pelas vitimas do terramoto do passado
dia 12, confortar os sobreviventes e apreciar o trabalho dos socorristas. Análogo
apreço emerge também da carta – assinada pelo cardeal Secretario de estado Tarcisio
Bertone- dirigida ao secretario geral da ONU Bam Ki-moon, enquanto que numa segunda,
assinada também pelo cardeal bertone, o Papa oferece as suas orações em particular
pela morte do arcebispo de Port-au Prince, Serge Miot, cujas exequias serão celebradas
neste sábado. Quatro cartas, e um único denominador comum: a tragédia de Haiti
e a solidariedade em relação a quem viveu e vive as consequências do violentíssimo
terramoto de há 11 dias. Na sua carta o Papa faz apelo ao espírito de solidariedade
para que seja mantida a calma nas ruas, de maneira a favorecer a distribuição das
ajudas. O Santo Padre faz sua a dor daquelas famílias que muitas vezes não podem dar
uma sepultura digna aos seus queridos. A inteira comunidade internacional – escreve
o Papa – está a cuidar do Haiti e neste sentido o seu apreço vai a todos aqueles,
do lugar ou estrangeiros – que ás vezes, com o perigo da própria vida, envidam todos
os esforços para encontrar ou salvar sobreviventes. Um mérito que Bento XVI reconhece
plenamente também á ONU quando exprime – através das palavras do cardeal Bertone ao
secretario geral Ban ki moon – gratidão pela obra de prevenção dos conflitos, de peace-keeping
e peace- Building que as Nações Unidas, instauraram em tantos países e em particular
nesta que define a tragédia imensa do terramoto na Republica de Haiti. Dor e conforto,
comoção e esperança entrelaçam-se no meio das quatro cartas, para um acontecimento
que nunca como desta vez privou a nação e a Igreja local de muitos dos seus responsáveis. Se
a ONU- e o Papa recorda-o – chora a trágica morte do seu representante especial em
Haiti Hédi Annabi, do seu vice Luiz Carlos da Costa e de numerosos civis, agentes
e capacetes azuis da Minustah, a missão de estabilização que se encontra na ilha,
a comunidade católica haitiana recolhe-se neste sábado em oração, no meio das ruínas
da catedral de Port-au Prince, á volta dos restos mortais do seu pastor D. Serge Miot.
O Papa estará espiritualmente presente nas exéquias e na carta assinada pelo seu secretario
de estado, exprime os seus sentidos pesames aos padres que colaboraram com D. Miot
e á inteira comunidade diocesana pedindo ao Senhor que acolha o pastor que serviu
com generosidade a sua diocese e que através do seu trabalho com a comissão pontifícia
para a America Latina, alargou a sua solicitude ao inteiro continente. Bento XVI
afirma a concluir que a Igreja inteira, através das suas instituições, não deixará
de assistir na emergência e na paciente reconstrução das zonas devastadas, porque
o seu ultimo desejo – salienta – é contribuir para dar de novo a quem vê hoje reduzida
a cinza também a esperança, a possibilidade de um futuro aberto.