2010-01-23 15:43:43

Milhares de haitianos abandonam Port-au-Prince :UNICEF divulga e desmente raptos


(23/1/2010) Centenas de milhares de haitianos estão a abandonar Port-au-Prince, informaram as organizações de ajuda humanitária.
De acordo com as mesmas fontes, cerca de 200.000 pessoas encheram autocarros e "ferry" ou fugiram a pé da devastada capital haitiana.
Muitos tentam voltar às zonas rurais onde têm familiares e pelo menos 100.000 terão fugido para Gonaives, uma cidade a cerca de 110 quilómetros a norte de Port-au-Prince, segundo a agência da ONU para o desenvolvimento internacional.
Para os que ficaram, já foram iniciados trabalhos de terraplanagem em espaços na periferia da cidade para instalar tendas, que deverão alojar 400.000 pessoas.
O objectivo é travar a propagação de doenças em centenas de acampamentos improvisados, que não têm água ou local para esgotos.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) registou até quinta-feira 447 acampamentos improvisados com pelo menos 500.000 desalojados só na capital haitiana.


E num momento em que, de todo o Mundo, surgem pedidos de adopção, as crianças haitianas são agora mercadoria muito cobiçada pelas redes de raptos internacionais. A UNICEF diz estar atenta à situação, embora ainda não tenha casos confirmados.
Ontem de manhã, um conselheiro regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância, avançara com a informação de que 15 crianças haitianas foram levadas de hospitais por "pessoas que não são familiares". Teriam sido raptadas por criminosos com ligações a redes internacionais que accionam o chamado "mercado de adopção" em situações de tragédia, como o sismo, no dia 12, devastou o Haiti.
Horas mais tarde, o chefe de comunicação da UNICEF, Jeremy Hartley, disse que a organização não pode confirmar a existência de menores raptados, embora esteja a investigar.
Em conferência de Imprensa conjunta com porta-vozes de diferentes agências da ONU, Jean-Luc Legrand, conselheiro regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância afirmou que, antes do grande terramoto, já existia tráfico de crianças no Haiti e que o fenómeno tende a alastrar-se em contextos de tragédia, como o tsunami de 2004. "Estas redes são activadas imediatamente aquando de uma catástrofe e servem-se da fraqueza do Estado, da fraqueza de coordenação dos actores no terreno para levar as crianças."
É impossível calcular quantas crianças saíram, nos últimos dias, do Haiti, onde existiam 380 mil menores institucionalizados antes do sismo.
Não obstante o grande interesse em adoptar crianças do Haiti, a UNICEF recomendou o congelamento de novas adopções até haver confirmação dos casos de orfandade e do cumprimento das regras internacionais, por recear situações de tráfico ilegal.








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