Porto Príncipe, 23 jan (RV) - Diante da emergência que vive hoje o Haiti, um
dos países mais pobres do mundo, observadores internacionais alertam para uma violência
generalizada na capital, que coloca em risco maior as crianças e mulheres, população
que representa 52% dos 9,6 milhões de habitantes haitianos.
Depois de um desastre
natural como o terremoto em 12 de janeiro passado, aumentaram também os níveis de
violência doméstica e sexual contra as mulheres e crianças, como indica uma pesquisa
realizada na República Dominicana, após o furacão Noel.
A pesquisa, publicada
em 2008 pelo Instituto Internacional de Pesquisas e Capacitação das Nações Unidas
para a Promoção da Mulher (UN-Instraw) e pelo Fundo de População das Nações Unidas
(Unfpa), afirma que no caso da República Dominicana, observou-se que, nos albergues,
os homens agrediam as mulheres com maior frequência.
A avaliação indica que
as mulheres sofreram de estresse pós-traumático (dores, tristeza, ansiedade e depressão)
como consequência da perda da moradia, móveis, trabalho, dinheiro e outros meios de
vida.
O documento identifica a violência contra as mulheres nesse tipo de
situação como um problema presente antes, durante e depois do desastre, e que se associa
com as condições de convivência geradas pelo fenômeno.
De acordo também com
a campanha informativa virtual "Pelo fim da violência contra as mulheres e crianças",
promovida pela ‘Isis Internacional’ na América Latina e no Caribe, equipes com experiência
em atenção emocional pós-desastre estão se organizando para que possam trabalhar com
as mulheres haitianas. (Adital -CM)