SUSPENSO BISPO METODISTA QUE AJUDA INDOCUMENTADOS ZIMBABUANOS
Johanesburgo, 22 jan (RV) - Um bispo metodista sul-africano, conhecido por
ter ajudado milhares de zimbabuanos a se refugiarem em Johanesburgo, foi suspenso
de suas funções pela Igreja Metodista, noticiou a imprensa, nesta sexta-feira.
Paul
Verryn será ouvido por uma comissão de disciplina, no dia 1º de fevereiro próximo,
disse o advogado da Igreja, não revelando as razões da suspensão.
"O bispo
Verryn não está mais autorizado a participar das atividades da Igreja Metodista até
que ele seja ouvido" – disse ao diário "The Star", o advogado Bongani Khoza.
A
igreja, transformada num gigantesco campo de refugiados no centro da cidade de Johanesburgo,
suscitou numerosas queixas judiciais da vizinhança, que acusa o bispo de ter dado
abrigo a criminosos, e denuncia sevícias sexuais a menores.
"A situação aqui
não é perfeita, mas não tenho escolha, não posso dormir nas ruas" – disse à Associated
France Press, James Maphosa, um zimbabuano de 24 anos. "Pelo menos aqui, temos um
teto e nunca dormimos com fome" – acrescentou ele.
Após os ataques xenófobos
de 2008 e o fechamento dos campos de refugiados por ordem do governo, milhares de
indocumentos zimbabuanos encontraram refúgio nessa igreja por algumas noites ou mesmo
por anos.
A igreja abriga hoje, de 1.500 a dois mil estrangeiros, 80% dos quais
são zimbabuanos que fugiram da violência e da crise econômica em seu país, segundo
o bispo Verryn.
Para o principal partido da oposição da África do Sul, a Aliança
Democrática (DA), "a igreja está envolvida em virtude da falência das autoridades
locais, provinciais e nacionais em acolher de forma adequada esses refugiados". (AF)