Luanda, 21 jan (RV) – O parlamento angolano aprovou nesta quarta-feira por
191 votos favoráveis e 14 "abstenções" uma nova Constituição para o país. Para alguns
a votação é tida como a mais importante desde a independência angolana em 1975, para
outros, ao contrário, é somente "uma farsa que reforça de modo excessivo os poderes
do chefe de Estado".
O novo projeto de Constituição recentemente aprovado obteve
grande apoio do "Movimento Popular para a Libertação de Angola" (MPLA). A agência
de notícias "Angop" explica que os 244 artigos da nova constituição preveem a nomeação
ao Executivo do candidato líder do partido que tenha obtido a maioria absoluta ou
relativa nas eleições para o Legislativo.
A nova norma pode favorecer o atual
chefe de Estado José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979, que daqui a 2 anos poderia
não precisar do voto direto dos angolanos.
Com a nova Carta Magna, o Executivo
será composto de um presidente, também chefe das Forças Armadas e de um vice-presidente.
Após
a independência, Angola não tinha ainda uma Constituição própria, adotando até o momento
normas que diziam respeito ainda ao domínio colonial português. (RD)