ALI AGCA SAI DA PRISÃO SEM TER PUBLICAMENTE PEDIDO PERDÃO PELO ATENTADO AO PAPA
Roma, 18 jan (RV) – Três décadas depois de ter atirado em João Paulo II, em
1981, na Praça São Pedro, no Vaticano, Memhmet Ali Agca, de 52 anos, deixou a prisão.
Após ter sido extraditado da Itália, Agca estava na região de Ancara, capital da Turquia.
O turco foi enviado a um escritório de recrutamento militar. Segundo o relatório
do exame médico a qual ele foi submetido, comprovou-se sua inaptidão para servir à
pátria por um “severo transtorno de personalidade social”.
O ex-prisioneiro
passará ainda algumas semanas de férias antes de falar com a imprensa, informou seu
advogado. Agca também pretende viajar para a Cidade do Vaticano para prestar reverência
ao túmulo do papa João Paulo II e se reunir com o papa Bento XVI.
Agca se
diz convertido ao Catolicismo após a visita e o perdão de João Paulo II, em 1983,
enquanto estava em cárcere. Porém, representantes da Igreja Católica constatam que,
mesmo após tanto tempo, o turco não pediu perdão publicamente por seus atos.
Segundo
o antigo secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados, o cardeal Achille
Silvestrini, em entrevista ao jornal italiano, O Mensageiro, Agca pode ter pedido
perdão em seu diálogo privado com João Paulo II, entretanto em “declarações sucessivas
não expressou arrependimento”. Mas ressalta que “a figura de Ali Agca é contraditória”.
Durante
sua estada na prisão, Agca fez afirmações surpreendentes, como sendo o "messias esperado
pelos cristãos, judeus e muçulmanos" e que ”todo o mundo será destruído neste século”.
As motivações do ataque e a identidade daqueles que estariam por trás de Agca
continuam sendo um mistério e suas explicações estão longe de ser convincentes. (LC)