2010-01-16 12:53:37

Haiti: Numero de mortos pode rondar os 200 mil; milhares precisam urgentemente de cuidados médicos. Grupos armados ameaçam segurança nas ruas, apoios chegam a conta-gotas à ilha. Problemas logísticos, e desorganização entre as equipas de socorro


(16/1/2010) O número de vítimas mortais do violento sismo que terça-feira abalou o Haiti pode ascender a 200 mil.
Quarenta mil já estão enterrados, mas as autoridades haitianas temem que haja mais cem mil mortos. A população está revoltada com a lentidão da ajuda e grupos armados estão a tomar de assalto as ruas. Milhares podem morrer por falta de cuidados médicos.
Os apoios estão a chegar a conta-gotas à ilha. Problemas logísticos, desorganização entre as equipas de 30 países, falta de meios de transporte e estradas destruídas e bloqueadas estão a atrasar as operações de socorro às vítimas do violento sismo.
Há três dias sem alimentos, água potável, abrigo e cuidados de saúde, os haitianos desesperam por ajuda. Milhares de feridos e doentes necessitam urgentemente de cirurgia, alertou o porta-voz da organização Médicos Sem Fronteiras, Stefano Zannini.
Oito hospitais foram destruídos e os cinco que resistiram não têm água, electricidade ou recursos mínimos para prestarem cuidados médicos. O Hospital Geral, o maior da capital haitiana, está sem condições de atender os milhares que se amontoam à porta. Junto à morgue, na tarde de ontem, dois mil cadáveres aguardavam enterro em vala comum.
O sepultamento dos mortos é, aliás, uma prioridade sanitária, principalmente porque o calor tropical acelera a putrefacção e multiplica os agentes infecciosos. Mal-nutridos, exaustos, feridos e doentes, os haitianos são terreno fértil para as epidemias. Centenas ou milhares podem perecer por falta de cuidados assistenciais ou devido a epidemias.
A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que os desalojados ascendam a 300 mil em Port-au-Prince, uma cidade com 2,8 milhões de habitantes. Uma avaliação preliminar das equipas da União Europeia estima que mais de 4000 prédios e infra-estruturas tenham sido destruídas ou gravemente danificados ".
A presença de equipas de três dezenas de países está a originar problemas logísticos e também diplomáticos.
Brasil e EUA em desacordo
O Brasil (que preside à Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti - Minustah) e os EUA estão em desacordo sobre o comando das operações. Por outro lado, a forte mobilização internacional permite a concretização de acontecimentos impensáveis. Os EUA e Cuba chegarem a um acordo que permite que aviões americanos sobrevoem o espaço aéreo cubano, por forma a permitir o estabelecimento de uma ponte aérea.
-O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, estará neste domingo no Haiti para manifestar a sua solidariedade aos haitianos e ao pessoal da ONU neste país,
Ban tenciona igualmente "avaliar as necessidades em ajuda humanitária e a extensão do desastre", esclarece um comunicado.
-A Cruz Vermelha Portuguesa já recebeu 100 mil euros em donativos para as operações humanitárias no Haiti, que estão a ser conduzidas pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha/Crescente Vermelho.
Luís Barbosa, Presidente Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, considera "extraordinária" a resposta da comunidade ao apelo de donativos para o Fundo de Emergência, adiantando que os fundos angariados "estão rapidamente a ser convertidos nos artigos mais urgentes e na ajuda mais necessária".
"A Cruz Vermelha Portuguesa agradece a todos os particulares, empresas, fundações, bancos e entidades que não hesitaram em confiar no trabalho humanitário (...), contribuindo, assim, para a sobrevivência das pessoas afectadas pelo devastador terramoto que atingiu o Haiti no passado dia 12"








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