Brasília, 16 jan (RV) – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
manifestou ontem em uma declaração assinada por seu presidente, Dom Geraldo Lyrio
Rocha, o seu desejo de “participar do diálogo nacional” sobre o Programa Nacional
de Direitos Humanos (PNDH 3), que o governo brasileiro colocou em pauta no último
dia 21 de dezembro.
A nota da CNBB recorda que “a promoção e a defesa dos direitos
humanos tem sido um dos eixos fundamentais da atuação e missão evangelizadora” da
Igreja no Brasil. Tal fato se demonstra em suas iniciativas como a da Campanha da
Fraternidade, “Ficha limpa”, o empenho pelos povos indígenas e afro-descendentes,
além do apoio em temas referentes ao meio ambiente, à justa distribuição da terra
e elaboração de legislação de proteção a diversos setores fragilizados da sociedade
brasileira.
“Em sua defesa dos direitos humanos, a Igreja se baseia na concepção
da pessoa humana que lhe advém da fé e razão natural” – diz o comunicado lançado ontem.
“A CNBB tem, ao longo de sua história, se manifestado sobre vários temas contidos
no atual Programa Nacional de Direitos Humanos”.
O texto se conclui reafirmando
a posição da Igreja no Brasil “em defesa da vida e da família, e contrária à descriminalização
do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo e o direito de adoção de crianças
por casais homoafetivos. Rejeita, também, a criação de ‘mecanismos para impedir a
ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União’, pois considera
que tal medida intolerante pretende ignorar nossas raízes históricas”. (RD)