2010-01-15 18:14:38

PAPA: IGREJA OFERECE SEU MAGISTÉRIO A TODOS OS QUE BUSCAM A VERDADE, TAMBÉM OS NÃO FIÉIS


Cidade do Vaticano, 15 jan (RV) - O Magistério da Igreja é dirigido a todos aqueles que buscam a verdade, fiéis e não-fiéis: assim se expressou o papa na audiência desta manhã, na Sala Clementina, no Vaticano, aos participantes da plenária da Congregação para a Doutrina da Fé.

Em particular, Bento XVI deteve-se sobre a contribuição que a fé cristã pode dar no campo da bioética. Em seguida, ressaltou que o primeiro compromisso do Sucessor de Pedro é custodiar a unidade dos fiéis.

A saudação ao pontífice foi feita pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal William Joseph Levada.

O Sucessor de Pedro é "o primeiro custódio e defensor" da fé, reiterou o papa, afirmando que, todavia, a Igreja quer contribuir para a formação da consciência de todos, não somente dos fiéis.

O pontífice recordou que o ministério petrino está, sobretudo, a serviço da unidade, e que o bispo de Roma é chamado a obedecer à fé, "a fim de que a Verdade que é Cristo continue resplandecendo" para todos os homens:

"Confirmar os irmãos na fé, mantendo-os unidos na confissão do Cristo crucificado e ressuscitado, constitui, para aquele que se senta na Cátedra de Pedro, a primeira e fundamental tarefa a ele dada por Jesus. Trata-se de um irrevogável serviço do qual depende a eficácia da ação evangelizadora da Igreja até o fim dos séculos."

Daí, os votos de que sejam "superados os problemas doutrinais ainda existentes para o alcance da plena comunhão com a Igreja por parte da Fraternidade São Pio X". Em seguida, o Santo Padre manifestou satisfação pelo empenho da Congregação para a Doutrina da Fé em favor "da plena integração" na Igreja Católica de grupos de fiéis e indivíduos pertencentes ao Anglicanismo:

"A fiel adesão destes grupos à verdade recebida de Cristo e proposta pelo Magistério da Igreja não é, absolutamente, contrária ao movimento ecumênico, mas mostra, ao invés, a sua finalidade última, que consiste no alcance da plena e visível comunhão dos discípulos do Senhor."

Em seguida, Bento XVI quis recordar a contribuição dada pela Congregação para a Doutrina da Fé no campo da bioética, em particular com a publicação da Instrução "Dignitas personae" de 2008. Em temas tão delicados e atuais como a procriação e a manipulação de embriões, ressaltou o papa, a Instrução reiterou "o respeito que se deve a todo ser humano, em quaisquer momentos da sua existência":

"Desse modo, o Magistério da Igreja quer oferecer a sua contribuição para a formação da consciência não somente dos fiéis, mas daqueles que buscam a verdade e querem ouvir argumentações que são provenientes da fé, bem como da própria razão. De fato, a Igreja, ao propor avaliações morais para a pesquisa biomédica sobre a vida humana, busca luzes tanto da razão quanto da fé, na medida em que tem a convicção de que "aquilo que é humano não somente é acolhido e respeitado pela fé, mas é também por ela purificado, elevado e aperfeiçoado"."

"Nesse contexto – prosseguiu – dá-se, igualmente, uma resposta à mentalidade difusa, segundo a qual a fé é apresentada como obstáculo para a liberdade e a pesquisa científica, porque seria constituída de um conjunto de preconceitos que prejudicariam a compreensão objetiva da realidade":

"Diante de tal atitude, que tende a substituir a verdade pelo consenso, frágil e facilmente manipulável, a fé cristã oferece, ao invés, uma contribuição da verdade também no âmbito ético-filosófico, não dando soluções preconstituídas a problemas concretos, como a pesquisa e a experimentação biomédica, mas propondo perspectivas morais confiáveis nas quais a razão humana pode buscar e encontrar soluções válidas." (RL)







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