2010-01-14 13:21:16

A pessoa humana no centro da acção política; o seu crescimento moral e espiritual seja a primeira preocupação de quem administra a comunidade civil”.


(14/1/2010) Esteja a pessoa humana no centro da acção política e seja o seu crescimento moral e espiritual a primeira preocupação dos que administram a comunidade civil: estes os votos expressos pelo Papa ao receber, nesta quinta-feira, os responsáveis autárquicos de Roma e do Lácio – o presidente da Câmara da Cidade, o vice-presidente da Região lacial e o presidente da chamada “província” (distrito) de Roma.
Bento XVI começou por evocar as consequências negativas da crise da economia mundial sobre os habitantes e as empresas locais, observando que esta crise oferece ao mesmo tempo a possibilidade de repensar o modelo de crescimento, como escreve na sua Encíclica social “Caritas in veritate”:

“O desenvolvimento humano, para ser autêntico, deve encarar o homem na sua totalidade e deve realizar-se na caridade e na verdade. A pessoa humana está, de facto, no centro da acção política e o seu crescimento moral e espiritual deve ser a primeira preocupação para aqueles que foram chamados a administrar a comunidade civil”.

Bento XVI insistiu na exigência prioritária, para os administradores locais, de sempre e em tudo procurarem o bem comum:

“Desejo exprimir apreço pelos esforços realizados por estas Administrações (locais, de Roma e do Lácio) para corresponder às faixas mais débeis e marginais da sociedade, em vista da promoção de uma convivência mais justa e solidária. A este propósito, quereria convidar-vos a tudo fazer para que a centralidade da pessoa humana e da família constituam o princípio inspirador de cada uma das vossas opções”.

Neste contexto, o Papa referiu-se expressamente ao modo como se tenta resolver o problema da habitação, fazendo votos de que os novos centros habitacionais não se tornem meros bairros dormitório:

“É oportuno que se prevejam aquelas estruturas que favoreçam os processos de socialização, evitando assim que surja e se incremente que as pessoas se fechem no individualismo, dando exclusivamente atenção aos seus interesses pessoais, atitudes prejudiciais para toda a convivência humana. Respeitando as competências das autoridades civis, a Igreja congratula-se em oferecer o seu contributo para que nestes bairros exista uma vida social digna do homem”.

Especial atenção reservou Bento XVI aos problemas da família e dos respectivos filhos, recordando a propósito a acção que a Igreja desenvolve, nomeadamente nos bairros periféricos, detendo-se depois no que diz respeito à educação das novas gerações. “É bem patente a necessidade e urgência de ajudar os jovens a projectarem a vida nos valores autênticos, que têm como ponto de referência uma visão “elevada” do homem e encontram no património religioso e cultural cristão uma das suas mais sublimes expressões”.

“Nas propostas formativas sobre os grandes temas da afectividade e da sexualidade, tão importantes para a vida, há que evitar que se prospectem aos adolescentes e aos jovens vias que favoreçam a banalização destas dimensões fundamentais da existência humana. Nesse sentido, a Igreja pede a colaboração de todos, em particular dos que actuam na escola, para educar a uma visão elevada do amor e da sexualidade humana”.

Finalmente, uma referência ao mundo da doença e do sofrimento, para o qual o Papa solicitou uma “atenção constante e coerente”, referindo a propósito a presença da Igreja, também neste campo, com a suas estruturas:

“Inspirando-se no Evangelho, (as estruturas sanitárias da Igreja) esforçam-se por abordar com amor e esperança as pessoas que sofrem, apoiando também a busca de sentido e procurando fornecer resposta às interrogações que inevitavelmente surgem no coração dos que vivem a difícil dimensão da doença e da dor. De facto, o homem tem necessidade de ser tratado na sua unidade de ser espiritual e corporal”.








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