2010-01-12 13:09:35

SENEGAL: PAZ ENTRE IGREJA E GOVERNO


Dacar, 11 jan – “O chefe de Estado entendeu que errou e nós, na África, dizemos que um líder que admite seu erro merece ser perdoado”. É o que diz o bispo de Tambacounda, Dom Jean-Noel Diouf, na conclusão de um encontro dos bispos senegaleses com o Presidente Abdoulaye Wade que selou a paz depois das declarações do chefe de Estado que causaram certa irritação na Igreja. “O assunto está encerrado” – declarou o bispo.

Em dezembro passado, em uma conversa com um grupo de professores, Wade foi pouco respeitoso em relação à religiosidade e sua prática, quando se trata de rezar diante da estátua de Jesus.

“Nas igrejas, reza-se a Jesus que não é Deus. Todo o mundo sabe, mas ninguém nunca diz nada” - declarou o Presidente Wade, ao defender um projeto controverso de construção de um monumento dedicado ao Renascimento Africano.

A declaração não agradou à comunidade cristã, que representa cerca de 2% da população senegalesa, e alguns dias depois, o Cardeal Théodore Adrien Sarr manifestou sua insatisfação. O arcebispo de Dacar exortou os cristãos a defenderem a laicidade institucional do Senegal, a respeitar a crença de todos os senegaleses e a viver na estima mútua e na convicção. Dirigindo seus votos de bom Ano Novo à nação, o cardeal senegalês rezou pela reconciliação e pela paz em 2010.

O ministro de Estado encarregado da Cooperação Internacional e dos Transportes Aéreos, Karim Wade, filho de Abdoulaye Wade, apresentou “em nome do presidente da República” as suas desculpas ao arcebispo de Dacar, Dom Théodore Adrien Sarr, pelas declarações do pai.

“Se as declarações do presidente da república ofenderam ou afetaram os cristãos senegaleses, apresentamos as nossas desculpas à comunidade cristã senegalesa e à comunidade cristã internacional” - declarou Karim Wade. “Em caso algum, o Presidente da República quis ofender ou causar danos à comunidade cristã” - acrescentou. (CM)







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