2010-01-11 18:33:52

PREPÓSITO-GERAL DA COMPANHIA DE JESUS, PE. ADOLFO NICOLÁS, CONTA SUA VIAGEM À AFRICA


Roma, 11 jan (RV) – Uma vida de missão em conjunto a Deus e aos homens: esta foi a grande jornada do Prepósito-Geral da Companhia de Jesus, Pe. Adolfo Nicolás, em sua viagem à África.

Contada, em entrevista, ao jesuíta, Pe. Oskar Wermter, do Serviço Eletrônico de Informações Jesuítas, Pe. Nicolás falou sobre Igreja e sociedade, suas influências e relações, no âmbito cultural, político e social da África.

No primeiro tema, o prepósito contou o que lhe pareceu diferente na África, tendo em vista sua experiência na Ásia. "Uma coisa que aprendi na Ásia foi nunca confiar na primeiras impressões. O principal motivo é que estes são os mais condicionados por experiências passadas, expectativas e preconceitos." Além disso, "a Ásia é composta de muitos países, culturas, tradições e pessoas. Se a África continua a ser para mim uma "África", significaria que eu ainda não a havia entendido. Acho muito difícil, senão impossível, comparar a Ásia e a África” - disse o religioso.

Seguindo sobre as diversidades na África, Pe. Nicolás falou sobre o diálogo entre suas tradicionais religiões: "Creio que é importante que o diálogo exista, que algo esteja se movendo na base, onde as pessoas moram e vivem sua fé. Espero que o diálogo com elas ocorra em profundidade, chegando às suas raízes religiosas."

Em relação aos jesuítas, que estão em missão como essa, disse que realmente espera que o trabalho com pessoas possa entrar em contato com cada um tão profundamente para um verdadeiro diálogo entre o coração do povo e as pessoas que servimos. “Acredito que a base fundamental do nosso diálogo não devam ser as idéias, sistemas ou conceitos, mas o povo. Ser uma pessoa é estar em diálogo”, ainda comenta o religioso.
Padre Nicolas enxerga a vida religiosa de maneira muito semelhante, especialmente quando se trata dos jesuítas, que possuem um profundo empenho no trabalho e desenvolvimento social. Ao contrário do que se possa pensar de que o trabalho em torno do povo possa afastar o religioso de sua vida espiritual, para ele, “o trabalho social pode distrair da vida espiritual profunda ou pode ser uma grande ajuda para encontrar o Deus vivo naqueles que sofrem. Se entendermos que uma das dimensões do sacerdócio é ajudar as pessoas a se aproximar de Deus, o trabalho social não pode ser considerado como alienante”.
Por fim, sobre a relação democracia e raízes cristãs, o sacerdote disse que a chance para qualquer vitória é criar raízes em países onde o desenvolvimento e a educação andam de mãos dadas. “Não me refiro ao estilo ocidental de educação, mas ao crescimento da capacidade para compreender a realidade, a julgar e agir em conformidade. Neste sentido, somos todos para a democracia, pois estamos todos para o crescimento e a maturidade das pessoas. Não é uma escolha para um sistema político. Não sei se as raízes da democracia são cristãs ou não. Só sei que os elementos em jogo em termos de dignidade humana, de informação e responsabilidade estão em profunda harmonia com a minha fé cristã e, portanto, são a seu favor. (LC)







All the contents on this site are copyrighted ©.